Alvo de xenofobia, venezuelana consegue vaga e ajudará imigrantes

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A história da pedagoga venezuelana Dora Maritza, de 44 anos, jurada de morte em seu País por militares corruptos, comoveu membros da Secretaria de Educação em Várzea Grande, cidade em que ela mora atualmente, e lhe abriu novas portas.

Hoje, ela é contratada pelo órgão e atuará diretamente com professores que tenham alunos estrangeiros, especialmente os venezuelanos, promovendo a inclusão deles.

Depois de muitos anos sendo vítima de xenofobia, ela conseguiu uma colocação em sua área de atuação.

“Estamos rastreando todas as unidades que tem alunos venezuelanos para que a professora Dora Martza trabalhe com professoras, preparando-as para trabalhar com esses alunos”, explicou a superintendente pedagógica Luz Marina.

“É muito sofrido chegar a um país e não ser entendido, não ser acolhido… Então, ela vai fazer esse trabalho de inclusão com imigrantes que chegam até a nossa cidade. Vamos dar essa oportunidade para que as crianças sejam acolhidas e entendidas”, acrescentou.

Depois que a trajetória de Dora ao longo dos últimos cinco anos foi contada pelo MidiaNews, o secretário de educação de Várzea Grande, Silvio Fidelis, se interessou pelo extenso currículo da pedagoga e apresentou o caso para a superintendente.

Reprodução

Dora Maritza Mayurel Urquiola

O secretário Silvio Fidelis, a superintendente Luz Marina, a pedagoga Dora Maritza e o coordenador de RH Charles Quadros em 1º encontro

Dora tem especialização em dificuldade de aprendizagem e direitos humanos, e, além de lecionar, ocupou o cargo de coordenadora de Direitos Humanos no Ministério da Educação Estadual do seu País.

“Ela tem uma bagagem muito grande na educação infantil e um currículo extenso, principalmente nesse segmento de transição da educação infantil e para o fundamental”, afirmou Luz Marina.

“Vamos aproveitá-la de todas as formas nessa frente com a educação infantil e na formação, ela vai dialogar em todos os segmentos. O trabalho da professora Dora Maritza vai ser fundamental na nossa superintendência”, acrescentou.

Caixa de supermercado

Dora, que até então trabalhava como caixa de supermercado, trabalhará de forma efetiva na Secretaria de Educação por meio de contrato realizando o trabalho de itinerância.

“Terminando esse contrato ele será renovado e ela já está fazendo um cronograma de atendimento”, disse a superintendente.

Segundo Maria Luz, a atuação de itinerância da pedagoga será similar ao feito por com alunos surdos.

“Temos uma equipe de professores com curso de libras que é interprete, então eles fazem esse trabalho de itinerância onde tem alunos surdos. Agora nós vamos fazer esse trabalho com os venezuelanos”, completou.

Lágrimas de alegria

À reportagem, Dora disse que agora vive uma nosa fase de sua vida e que está feliz por trabalhar em sua área.

“Assinei o contrato e Graças a Deus já estou trabalhando na Secretaria de Educação. Estou muito agradecida com a reportagem, apesar de angustiada, abriu portas importantes e troquei de serviço”, disse.

“Chorei de alegria, me senti em casa, senti que estava na minha área e estou muito feliz”, completou.

Fonte: Midianews