Alerta! Pico da dengue e chikungunya em MT ainda está por vir, aponta CRM

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Com casos de dengue e chikungunya em alta, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) enviou às autoridades públicas de Saúde uma recomendação técnica para a criação de centros de triagem destinados ao atendimento de pacientes com sintomas das doenças.

A proposta leva em consideração projeções que indicam que o crescimento de casos deverá ser mais intensos nos próximos meses.

Os motivos para esta situação têm raízes múltiplas, sendo a combinação de altas temperaturas e chuvas intermitentes a receita perfeita para proliferação do mosquito Aedes aegypti, que também transmite a zika.

Até quinta-feira (27), o Estado contabilizava 14.483 casos prováveis de dengue e quatro mortes confirmadas e outras quatro em investigação; e 17.324 casos de chikungunya e 21 óbitos comprovados, além de 10 em análise.

A recomendação técnica foi aprovada por unanimidade pelos conselheiros na terça-feira (25).

“As projeções indicam que ainda não estamos no pico de casos, previsto para ocorrer entre março e abril, coincidindo com o período de maior incidência de doenças respiratórias e isso vai pressionar ainda mais o sistema de Saúde”, disse o presidente do CRM-MT, Diogo Sampaio.

Um dos autores da recomendação técnica, Sampaio destaca que o crescimento no número de casos tem causado superlotação em muitas unidades de Saúde de Mato Grosso.

Exemplo disso ocorreu na terça-feira (25), com o fechamento do pronto atendimento infantil da Santa Casa, em Cuiabá.

Essa foi a segunda vez, em menos de uma semana, que a unidade interrompe o serviço devido à superlotação decorrente do aumento da demanda de pacientes com sintomas de dengue, zika e chikungunya, além de casos de vírus respiratórios.

O atendimento foi retomado na noite de quarta-feira (26).

Pela proposta do CRM-MT, a ideia de instalação dos centros é garantir de que seja realizada a avaliação rápida do estado de saúde das pessoas, agilizar o atendimento, tornar os diagnósticos eficientes e dar os encaminhamentos adequados.

O entendimento é de que criação dos centros de triagem já se mostrou muito eficiente quando o mundo viveu a pandemia da Covid-19.

Na recomendação técnica, conforme informações da assessoria de imprensa, o CRM-MT detalhou a equipe mínima necessária para cada centro de triagem.

Ele deverá contar com um diretor técnico médico, aos menos quatro médicos plantonistas, em regime de plantões, para cobertura 24 horas por dia; enfermeiros e técnicos de enfermagem; farmacêutico e auxiliar de farmácia; técnico de laboratório; e seguranças e atendentes.

Os centros deverão possuir recepção; consultório; salas de hidratação; farmácia; ambulância de suporte avançado; e unidade laboratorial.

“Com esta estrutura, será possível desafogar as unidades de pronto-atendimento e garantir o melhor atendimento para estas doenças em que há o risco de óbito”, finalizou Sampaio.

De acordo com o CRM-MT, a recomendação foi encaminhada à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS), Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (Ses/MT) e ao Ministério Público do Estado (MP-MT). (Fonte: Diário de Cuiabá)