Aos gritos de “assassino” e “covarde”, colegas de profissão do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, de 41 anos, morto a tiros pelo vereador e tenente coronel Marcos Paccola (Republicanos) na noite da última sexta-feira (1º), fizeram uma manifestação na manhã desta terça-feira (5), na frente da Câmara Municipal de Cuiabá.
Na ocasião, o Sindicato dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado de Mato Grosso (Sindpss) também apresentou um ofício ao Legislativo cuiabano, onde pede providências sobre o caso.
Em um trecho do documento apresentado ao Legislativo, o Sindicato cobra adoção das medidas necessárias e urgentes “no tocante ao ato praticado pelo vereador Marcos Paccola, no sentido de recompor o brio da Casa de Leis e reparar tamanha ofensa cometida contra a sociedade cuiabana”.
Aproximadamente 60 agentes socioeducativos compareceram ao local. Em um determinado momento, durante o protesto, os servidores chegaram a virar de costas, em referência à maneira em que o vereador disparou contra o agente socioeducativo. Uma pessoa chegou a fazer referência a isso e alertou: “de costas é perigoso, porque o cara deve estar aí”. De acordo com o presidente do Sindpss, Paulo Cesar Souza, a Câmara precisa agir com urgência.
“Viemos aqui para demonstrar nossa indignação e pedir justiça, principalmente após o vídeo divulgado. Ele é um vereador, que não tem atribuição de polícia, pois já é aposentado. Já imaginou se todos aqui desta Casa, onde tem base, saírem fazendo o que ele fez? Isso é inadmissível e é uma vergonha para Cuiabá. Queremos que a Câmara retire a mácula, de todos chamarem o Parlamento Municipal de Casa dos Horrores. A Capital de Mato Grosso não pode ter uma Câmara chamada assim. Queremos que ela faça o mínimo possível para julgar, afastar ou até mesmo retirar este vereador do cargo. Cuiabá não merece tanta injustiça”, afirmou.
O presidente do Sindicato ainda criticou alguns colegas de parlamento de Paccola, que durante os últimos dias se posicionaram a favor do tenente coronel. Paulo Cesar Souza questionou até a religião de alguns deles, e afirmou que ainda que as imagens de câmeras de segurança divulgadas na segunda-feira (4) apontam que a versão apontada pelo vereador não é a que os vídeos mostraram.
“Queremos que os vereadores façam a parte deles, que é cuidar dos munícipes, e não saírem atirando, tirando a vida de um servidor, profissional e pai de família. Vamos entregar um documento para o presidente da Câmara Municipal, para que ele faça todos os procedimentos pelo afastamento do vereador e cumprir o que diz o regimento. Muitos parlamentares aqui falaram ontem que ele agiu de maneira correta e que Deus estava com ele. Que Deus é esse e que igreja eles representam? As imagens mostram que a versão que ele contou é contrária ao que realmente aconteceu”, completou.
Fonte: Folhamax