Advogado que saiu no soco em presídio é condenado por embriaguez ao volante

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A juíza Alethea Assunção Santos, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou, nesta quarta-feira (24), o advogado Pauly Ramiro Ferrari Dorado a seis meses de detenção por conduzir veículo sob influência de álcool. Na mesma decisão ele foi absolvido da acusação de desacato a policiais.

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), em 1º de março de 2022, por volta das 17h40, Pauly Ramiro conduzia um Mitsubishi ASX sob efeito de álcool, apresentando 0,38mg/L no teste do bafômetro, acima do limite permitido. A abordagem ocorreu no km 06 da rodovia MT-040, no bairro Real Parque, em Cuiabá. O MP também sustentava que o acusado desacatara e resistira à prisão, sendo necessária a intervenção dos agentes para contê-lo.

A juíza considerou que não ficou comprovada sua vontade clara e deliberada de ofender e menosprezar os policiais no momento da prisão. “No caso em tela, em que o acusado se encontrava em estado de embriaguez, sua capacidade de consciência estava alterada, o que dificulta ainda mais a atribuição do dolo específico”, registrou.

Por outro lado, a condenação por conduzir veículo sob efeito de álcool teve como prova principal o teste de alcoolemia, cujo resultado (0,38mg/L) foi corroborado por testemunhas ouvidas em juízo e pela confissão do próprio réu.

“A autoria delitiva restou, da mesma forma, sobejamente comprovada nos autos, vez que o réu foi preso em flagrante e voluntariamente submeteu ao teste do etilômetro que constatou 0,38 mg/L de álcool por litro de ar expelido, quantia superior a permitida, bem como confessou sua conduta em juízo”, explicou a juíza.

Apesar da reincidência, o regime fixado para o cumprimento da pena foi o aberto, considerando não só a baixa reprovabilidade concreta do delito, mas também entendimento do Supremo Tribunal Federal para casos similares. A habilitação de Pauly Ramiro para conduzir veículos foi suspensa por dois meses.

OUTROS CRIMES

Apesar da condenação em regime aberto, Dorado foi preso durante a Operação Patrono do Crime, em 17 de abril de 2025, pela suposta atuação como assessor jurídico ao Comando Vermelho (CV). Ele também, de acordo com as investigações da Polícia Civil, atuava com venda ilegal de armas, resgate de drogas, consultas de pessoas rivais e recuperação de veículos roubados.

Em prisão preventiva na Sala de Estado Maior da Penitenciária Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande, ele e outro advogado, Benedito César Corrêa Carvalho trocaram socos após na manhã do dia 15 de junho. O motivo da confusão teria sido o fato de Benedito reclamar da falta de higiene de Pauly, que deixaria ‘escarros’ na pia. (HNT)