O advogado Conrado Pavelski Neto, que atua no caso da chacina de Sorriso (387 km de Cuiabá), descreveu a cena que encontrou ao entrar na casa onde Cleci Calvi Cardoso e as filhas Miliane, Manuela e Melissa Calvi Cardoso foram mortas em novembro deste ano. Segundo ele, era possível sentir o desespero das vítimas.
“Toda noite, quando eu vou dormir, apaguei a luz, peguei o rumo para o meu quarto, eu vejo aquela cena. Todas as noites. Você fica imaginando o desespero das pessoas, o que elas estavam tentando fazer”, lamentou o advogado em entrevista ao programa SBT Comunidade que foi ao ar nesta sexta-feira (19).
Conrado relatou que o local do crime parecia ter sido ‘lavado’ com sangue. O advogado destacou que existiam muitas marcas nas portas e janelas demonstrando o quanto a família lutou para viver.
“Assim que a perícia liberou o local, eu fui até lá. Eu entrei e estava tudo como aconteceu, só não vi os corpos. Senti o cheiro do local, vi as marcas, senti o desespero. Marcas de sangue na porta mostrando que tentaram se salvar, marcas de sangue nas janelas, parecia que tinham jogado baldadas de sangue”, disse.
Nesta sexta-feira, foi ao ar a primeira entrevista concedida pelo patriarca da família, Regivaldo Batista, desde que o crime bárbaro acometeu sua esposa e filhas. Regis, como é conhecido, afirmou à equipe do SBT Comunidade que ‘morreu’ junto da família. Ele nunca mais retornou à casa onde o crime aconteceu.
O CRIME
Cleci, Miliane, Manuela e Melissa foram mortas por Gilberto Rodrigues dos Anjos, descrito pela polícia como um predador sexual. Ele trabalhava na obra ao lado da casa da família e se utilizou de um andaime para ter acesso à residência. A polícia acredita que o objetivo dele era atacar apenas Cleci, porque ela compartilhava das mesmas características de outra vítima de Gilberto, em Lucas do Rio Verde, que conseguiu sobreviver. No entanto, como o ‘alvo’ reagiu e as filhas também apareceram para acodir a mãe, Gilberto atacou a família inteira.
As duas filhas mais velhas de Cleci, Miliane e Manuela, assim como a mãe, foram estupradas depois de esgorjadas. A caçula, Melissa, assistiu a toda a cena de horror antes de ser asfixiada até a morte.
Gilberto Rodrigues dos Anjos foi preso no mesmo dia em que os corpos foram encontrados graças a uma ligação anônima. Ele foi denunciado e aguarda preso na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, a designação da primeira audiência sobre o caso.
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