Advogado de VG é apontado como líder de rede de tráfico e lavagem de R$ 100 milhões

Fonte:

O advogado Douglas Antônio Gonçalves de Almeida é apontado como o principal suspeito de ser o líder de um esquema de tráfico de drogas, compra e venda de munições e lavagem de dinheiro que chegou a movimentar R$ 100 milhões em Mato Grosso. Ele foi preso na manhã desta terça-feira (02), durante a Operação Conductor, deflagrada pela Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron) e pela Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco).

Segundo apurado pelo RD News, Douglas é de Várzea Grande. Apesar de ser apontado como um dos líderes do esquema, nunca havia sido preso. Ele atuava normalmente como advogado em alguns processos.

Em coletiva realizada nesta manhã, a delegada responsável pelo caso, Bruna Laet, da Defron, afirmou que Douglas envolveu a família no esquema. “Esposa, irmã, cunhada, irmão, mãe. Era o núcleo financeiro dessa organização, junto com outras pessoas. E as movimentações eram feitas por meio deles em múltiplas transações financeiras. Outros terceiros, sem vínculo com a família também eram responsáveis exclusivamente para o recebimento dos valores da venda da droga, armas e munições, e o posterior repasse, pulverização”, destaca.

Conforme a delegada, foram identificadas 31 pessoas físicas envolvidas no esquema e oito pessoas jurídicas. A operação, que teve as investigações iniciadas ainda em abril de 2024, apurou, até o momento, que a organização criminosa aumentou o controle do transporte de drogas, armas e munições saídas da região de fronteira. Além disso, Bruna explica também sobre os locais onde os produtos foram encontrados.

“Em Várzea Grande, as armas, drogas e munições ficavam armazenadas em residências alugadas por organização criminosa exclusivamente para guardar esses ilícitos. Posteriormente, era distribuída tanto para consumo local, como também destinadas a outros estados, como o Maranhão”, pontuou a delegada.

Bruna relata ainda que cerca de duas toneladas de drogas foram recebidas em Mato Grosso pela organização criminosa no decorrer de 4 meses de atuação, um carregamento calculado de 150 quilos de drogas por semana. A delegada afirma ainda, que pela quantidade de ilícitos, avalia-se um valor de cerca de R$ 45 milhões em comercialização.

A lavagem de dinheiro era feita por meio de empresas e pessoas físicas. As empresas utilizadas eram farmácias, empresas do ramo de alimentos, comercialização e instalação de redes de energia solar. Grande parte delas são de fachada.

OAB acompanha

Por envolver advogado, a OAB-MT informou que acompanhou a operação, por meio do Tribunal de Defesa das Prerrogativas (TDP), na manhã de hoje (2), em Várzea Grande, como forma de garantia das prerrogativas.

“Quanto a eventual falta ética, o caso será avaliado pelo Tribunal de Ética e Disciplina (TED) para medidas cabíveis”, diz nota enviada à imprensa. (RD News)