Um relatório da Polícia Civil aponta que a advogada Hingritty Mingotti, presa na “Operação Gravatas”, intermediou o ‘resgate’ de um arsenal bélico do Comando Vermelho na zona rural de Itanhangá (502 km de Cuiabá). De acordo com as investigações, Mingotti fazia parte do ‘braço jurídico’ da facção criminosa e era responsável pelo acompanhamento presencial dos faccionados do médio norte do Estado.
A pedido de Thiago Telles, uma das lideranças do CV nas cidades de Tapurah e Itanhangá, Hingritty Mingotti entrou em contato com a esposa de outro membro da organização criminosa, Luis Fernando, o ‘Loro’, para recuperar o arsenal, que incluía dezenas de bananas de dinamite, antes da chegada da polícia.
A antecipação da abordagem também foi possível, conforme o relatório da PJC, pelas informações privilegiadas obtidas pelos faccionados por meio do ‘braço jurídico’ que acessava os processos eletrônicos e repassava o andamento das investigações aos criminosos.
No caso do arsenal bélico, a facção decidiu se antecipar à polícia depois que uma caminhonete com 175 kg de droga foi apreendida. O veículo contava com rastreador e tinha sido conduzido até a propriedade de ‘Loro’ – onde estava o arsenal – colocando em risco o armamento.
Com o auxílio de Hingritty Mingotti, os faccionados recuperaram pelo menos 87 bananas de dinamite, 27 espoletas, cinco pentes de .40, dentre outros itens.
“Dra. Hingritty não se limita a ser uma mensageira ou “garota de recados” para a organização, mas também ela busca informações sobre drogas eventualmente não encontradas pela Polícia, transmite informações de dentro da cela da delegacia ao gravar áudios de presos para as lideranças, envia fotografias de mandados de prisão e boletins de ocorrências e, por fim, ajuda na recuperação de armamentos, munições e dezenas de bananas de dinamite”, diz trecho. (HNT)