O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deve ser notificado nas próximas horas da cassação do deputado federal, e candidato ao Senado em 2022, Neri Geller (PP-MT). A informação foi revelada por Gisela Simona (União Brasil), que deve assumir a cadeira deixada pelo parlamentar após a cassação determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na noite da última terça-feira (23).
A ex-superintendente do Procon, e candidata a deputada federal, Gisela Simona, obteve mais de 50 mil votos nas eleições de 2018, e é a próxima suplente na chapa de Geller disputada no pleito daquele ano. Durante uma entrevista concedida na manhã desta quarta-feira (24) à Metrópole FM, ela contou que houve um pedido de “comunicação” a Arthur Lira sobre a decisão do TSE.
Gisela Simona, porém, espera não encontrar “embaraços” por parte de Arthur Lira para atrasar ainda mais seu processo para assumir a cadeira de Geller, que é do mesmo partido do presidente da Câmara Federal. “Nós precisamos aguardar um pouco mais desse desfecho por parte do judiciário. Já teve um pedido de comunicação da decisão ao presidente da Câmara dos deputados, que é o Arthur Lira. Nós sabemos aí que o Arthur Lira é do mesmo partido do deputado, do PP. Então não sei se vai se criar algum embaraço para se receber esse comunicado”, contou ela na entrevista.
Na última terça-feira, Neri Geller foi cassado pelo TSE, que por unanimidade o condenou não só à perda do mandato, como também declarou sua inelegibilidade por oito anos. O parlamentar responde por abuso de poder econômico em razão de uma “triangularização bancária” na arrecadação de recursos para as eleições de 2018, utilizando uma conta do filho, ocultando dinheiro utilizado na campanha e em sua atividade com produtor rural. O TSE já enviou a comunicação da cassação ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MT).
Nesse sentido, Gisela Simona admitiu estar de “alma lavada”, e que a justiça foi feita – mesmo que “tardia”. “Eu me emociono ainda. É um momento que foi para mim de justiça mesmo.
Minha vida toda eu sempre lutei por direitos. Acredito muito na justiça sim, apesar de tudo o que a gente vê de coisas certas e erradas que acontecem. Nós que não temos padrinhos políticos para brigarem por nós em algumas situações, a gente acredita sim naquilo que o estado como um todo oferece. Ter uma decisão dessa, ainda que tardia, nos alivia, nos lava a alma, por conta de tudo o que a gente sabe o quanto é difícil fazer uma campanha eleitoral”.
Fonte: Folhamax