Acusados de espancar PM até a morte serão levados a júri popular

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A Justiça determinou que Wesdra Victor Galvão de Souza e Alan Patrik Schuller sejam levados a júri popular pela morte do policial militar Roberto Rodrigues de Souza.

A decisão é assinada pelo juiz Murilo Moura Mesquita, da 1ª Vara Criminal de Várzea Grande, e foi publicada nesta semana. A data do julgamento ainda não foi marcada.

O crime aconteceu no dia 26 de julho do ano passado em uma distribuidora da cidade, ocasião em que os acusados espancaram a vítima até a morte. Os dois se entregaram à Polícia duas semanas depois.

Na mesma decisão, o magistrado negou pedido para revogar as prisões deles.

Wesdra e Alan foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE) pelo crime de homicídio qualificado por meio cruel.

A defesa dos acusados pediu a desclassificação do crime de homicídio para lesão corporal, alegando que eles não tiveram a intenção de matar a vítima.

Na decisão, o magistrado declarou que até o momento, as provas dos autos indicam que os acusados assumiram o risco de produzir o resultado morte, especialmente em virtude da quantidade e intensidade de golpes desferidos contra a cabeça da vítima.

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Wesdra e Alan

Os acusados Alan Schuller e Wesdra Souza, que vão a júri popular

“Desta feita, a presença da materialidade e de indícios suficientes de autoria é o que basta para pronunciá-los e levá-los a julgamento perante o Tribunal do Júri pela prática do crime imputado na denúncia”, escreveu o juiz.

Prisões mantidas

O magistrado afirmou que as prisões do acusados devem ser mantidas como forma de resguardar a ordem pública, decorrente da gravidade concreta do delito, bem como do modus operandi, em tese, empregado.

“É ainda imperiosa a medida para resguardar a ordem pública da renitência delitiva do réu Alan, que ostenta antecedentes criminais (enunciado orientativo nº 6/TJMT), sendo inclusive condenado pela prática de crime doloso anterior (id. 63382612 – Págs. 59/66)”, escreveu o magistrado.

O caso

Conforme denúncia do Ministério Público, na data do crime, Alan e Wesdra saíram do Bar Bodega, em Cuiabá, cada um acompanhado de uma mulher, e decidiram parar na distribuidora para usar o banheiro.

A discussão entre a vítima e Alan começou no sanitário masculino, quando Roberto começou a usar o vaso com a porta aberta de frente para o banheiro feminino, onde a acompanhante do agressor estava.

A discussão evoluiu e o militar chegou a tentar dar um soco no agressor, porém não conseguiu. Na sequência, o acusado já vai para cima de Roberto e começa a espancá-lo.

É nesse momento que Wesdra se junta a ele e os dois seguem a sessão de espancamento.

Roberto foi encaminhado ao Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande (PSMVG), mas não resistiu e morreu. O soldado servia como policial em Acorizal, cidade próxima a Cuiabá.

Fonte: Midianews