Abilio se diz insatisfeito com professores e ameaça privatizar Educação

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O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), subiu o tom nesta quinta-feira (17) ao criticar sindicalistas e professores da Rede Municipal de Educação e afirmou que cogita privatizar e militarizar as escolas da Capital.

A declaração ocorre após o prefeito ser criticado por anunciar que vai pagar terço de férias dos professores retirando verbas de reformas das escolas. Ele disse que os sindicalistas estão cobrando direitos, mas apresentando um resultado que, para ele, não é satisfatório.

“Cogito privatizar a Educação de Cuiabá, aquilo que for possível faremos, aquele que for servidor público efetivo vamos cobrar resultados”, afirmou em conversa com a imprensa.

“Estou muito insatisfeito com os resultados da Educação de Cuiabá. Muito insatisfeito. Vejo que os sindicatos e as classes que estão aí militando, principalmente que vieram aqui na Câmara, são ótimos para cobrar direitos, mas péssimos de apresentar resultados”, acrescentou.

O embate de Abilio e professores surgiu ao longo das últimas semanas, após ele apresentar um projeto de lei que cortava um terço do adicional de férias sobre o recesso de julho.

A atual legislação estabelece que o adicional de férias seja pago sobre os 30 dias regulares e mais os 15 dias de recesso de julho. Abilio considerava que esses 15 dias, por serem recesso, não poderiam ser contabilizados.

Depois, ele retirou o projeto da Câmara e disse que usaria recursos das obras nas escolas para pagar os valores deste ano, o que gerou reação.

Privatização e militarização 

O prefeito disse que a ideia é cadastrar várias escolas da iniciativa privada, fazer uma abertura ou chamamento público para aquelas escolas que quiserem prestar serviço no Município.

A ideia, segundo ele, é que no ano que vem ocorra parcerias com a iniciativa privada em que serão abertas vagas nessas escolas.

“Se a Educação de Cuiabá não melhorar os seus resultados, pretendo, daqui para frente, cada dia mais buscar parceria com a iniciativa privada e investir cada dia menos nas relações com esses sindicatos e esses militantes que fazem da educação um péssimo resultado”.

“Se tiver a oportunidade de terceirizar a educação do município, contratando pela iniciativa privada quem vai ministrar aula no domínio do nosso município, se a gente for fazer isso com percentual, faremos”, disse.

Já a militarização das escolas municipais seria outra alternativa para melhorar a disciplina e o aprendizado das crianças. Abilio admitiu que, se possível, quer transformas todas as unidades de ensino do Município em escolas cívico-militar.

“Temos diversas opções, podemos fazer com policiais da reserva, podemos fazer com o pessoal do exército como já foi feito inclusive na Maria Divina, uma escola que teve essa participação militar. Nós vamos buscar caminhos de trazer disciplina, ordem, organização e resultado. […] Se eu puder fazer 100%, será 100%”, afirmou.

“Corpo mole” dos professores

O prefeito também fez duras críticas ao desempenho dos professores nas salas de aula de Cuiabá, alegando que muitos preferem “brincar” e não ensinam o básico para os alunos.

Segundo ele, Cuiabá está em 19º lugar no ranking nacional entre as capitais na área na educação infantil e 46% das crianças vão para as escolas estaduais sem saber o básico da matemática e de língua portuguesa.

Abilio prometeu uma “avaliação rigorosa” dos profissionais e ameaçou demissão daqueles que não se enquadrarem no padrão de qualidade estabelecido para prefeitura.

“Imagina uma turma em sala de aula e 80% desses alunos não sabem o básico da matemática da língua portuguesa. Estou falando de turmas aqui no município, que 80% não sabem. Tem professores que acham que sala de aula é lugar de brincar”, disse.

“Vamos pegar os critérios mais rigorosos de avaliação dos profissionais da educação e aqueles que não corresponderem, abriremos até processo administrativo com aqueles que fizeram corpo mole no ensino dentro da sala de aula”, completou. (Midianews)