Abílio quer ensinar vereadores a fiscalizar e estuda disputar cargo de deputado em 2022

Fonte:

Derrotado por uma diferença de 6.094 votos, o vereador Abílio Júnior (Podemos) – que disputou a Prefeitura de Cuiabá estuda a possibilidade de concorrer ao cargo de deputado em 2022. “Eu vou construir um projeto para vir, possivelmente, candidato a deputado. Se estadual ou federal, não sei, vou estudar até lá”, diz em entrevista ao Leiagora.

Por hora, seus planos são focar no filho Sebastian, mas ainda em janeiro, Abílio diz que começará as articulações políticas. Uma delas é conversar com partidos que lhe fizeram convites, mas o parlamentar não cita quais.

Além disso, Abílio pretende capacitar outros vereadores a fiscalizar também. “Ajudar a quem for vereador do município de Cuiabá ou do interior do Estado, aprender a usar os instrumentos de fiscalização, a Lei de Acesso à Informação, o Portal de Transparência do Município, aprender o poder que tem um parlamentar”, comenta.

Abílio perdeu a disputa pela prefeitura no segundo turno, tendo em vista que no primeiro recebeu mais votos que Emanuel. Ele atribui a “não vitória”, como prefere chamar, a três fatores. “Um, o altíssimo nível de produção de fakenews. O segundo, o alto poder econômico do meu adversário, foi muito dinheiro gasto. E o terceiro fator foram as pessoas que votaram, as que não foram votar, as que votaram em branco, nulo, as abstenções. Se não fosse isso teríamos um resultado diferente”, avalia.

Durante sua campanha, Abílio chamou de “cúmplice” e “pau mandato” o eleitor de Emanuel. Ao ser perguntado se ele acha que essa postura pode ter afastado possíveis eleitores, Abílio responde que a pior coisa que tem é tentar agradar todo mundo.

“Você tem que ter convicções de algumas coisas. E, de fato, tenho essa convicção, quem votou no Emanuel é cúmplice. Quem deixou de votar, votou em branco ou nulo também faz parte desse processo e ajudou que tivesse o resultado que teve. Existe parte de culpa nisso? Claro que sim. Se ele for um mau gestor, quem votou nele é culpado, é responsável sobre isso”, pontua.

Sobre as alianças e as recusas de aliança durante a campanha, ele explica que optou por consciência. “Existia a oportunidade e existia a consciência e nessa relação optei por consciência”.

Mesmo depois da derrota, o vereador seguiu fiscalizando e denunciou um possível esquema em um contrato do Hospital São Benedito e Empresa Cuiabana de Saúde Pública. “Estamos concluindo essas investigações e encaminhando à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal”, diz.

Da próxima legislatura, Abílio espera que seja melhor do que ele, a começar pela eleição da Mesa Diretora, e pede que os novos vereadores não votem em parlamentares “que são paus mandados do prefeito para presidente da Câmara e que também não votem em quem cassou o meu mandato”.

Após a eleição, alguns políticos que antes apoiavam Abílio começaram suavizar o discurso em relação a Emanuel. Sobre esse movimento, o vereador acredita que as pessoas se revelam. “Essa questão do poder dá oportunidade para as pessoas se revelarem. Essas pessoas que estão mudando o discurso e optando pelo Emanuel não estão falando sobre mim, estão falando sobre eles mesmos, quem eles sempre foram. Eu fiz a minha parte”.

Fonte: Leiagora