O deputado federal Abilio Brunini foi oficializado, nesta segunda-feira (05), como o candidato do Partido Liberal ao cargo de prefeito de Cuiabá. A chapa ainda é composta pela tenente-coronel da PM Vânia Rosa (Novo), que será a candidata a vice.
Em seu discurso, Abilio fez questão de pontuar que ele e sua equipe são os que mais possuem propostas para favorecer Cuiabá, seja na saúde, na educação e, especialmente, no transporte público, para que ele não continue sendo refém daqueles que dizem serem donos de tudo. “Nós seremos o candidato a prefeito com o maior número de propostas dessa Capital. Nós temos o maior plano de governo para essa cidade. Nós temos propostas para a saúde, educação, centro histórico da nossa cidade, para o transporte público não ficar na mão desses caras que se dizem donos”, declarou.
Além disso, mesmo que pareça contraditório, levando em consideração seu histórico “brigão”, o pré-candidato afirmou que “não é o momento de perder tempo com agressão nem nada disso”, mas, sim, com propostas.
Abilio já disputou o cargo antes. Em 2020, ele chegou a vencer o então candidato à reeleição Emanuel Pinheiro (MDB) no primeiro turno, mas numa virada histórica, acabou derrotado no segundo turno. Analistas atribuem a derrota ao comportamento instável do então vereador.
Diferente da última disputa, Abilio promete focar menos nos adversários e mais na apresentação de propostas para melhorar a capital. “A gente tem feito o maior número de propostas até o momento. Acredito até que deve ser o plano de governo que mais tem propostas. O nosso projeto é esse”, disse à imprensa nesta segunda momentos antes de subir no palco.
Dentre as propostas, o candidato destaca a intenção de fazer uma “revolução na saúde”, asfaltar 100% dos bairros de Cuiabá, oferecer educação de qualidade e resgatar o do Centro Histórico da cidade.
A escolha da vice
A escolha da candidata a vice foi uma imposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que queria alguém de origem militar na chapa. Era esperado que o nome da candidata a vice-prefeita viesse do Partido Novo, depois que, na semana passada, a legenda recuou de uma candidatura própria para compor com Abilio.
“Eu pretendo levar tudo o que eu tive de conhecimento na minha profissão, como administradora pública também que sou, para a nossa cidade agora. Ampliar esse trabalho, para mim, foi oportuno”, disse Vânia à imprensa. “Pretendo ter uma participação bastante ativa, Abilio que lute”, brincou em seguida.
O Novo surgiu, em 2011, com uma proposta de se afastar dos partidos tradicionais com uma atuação próxima ao liberalismo, mas acabou se tornando um partido satélite do bolsonarismo no Congresso Nacional, posição que reverberou nos diretórios estaduais e municipais.
Com a oficialização do nome de Abilio, já estão definidas outras duas candidaturas para a Prefeitura de Cuiabá: Domingos Kennedy (MDB) e Lúdio Cabral (PT). O deputado estadual Eduardo Botelho (União) deve ser oficializado logo mais. Hoje é o último dia do prazo legal para que os partidos realizem convenções partidárias.
O projeto de Abilio e Vânia é apoiado pelos seguintes partidos: DC, NOVO e PRTB.
A convenção realizada no Ginásio Aecim Tocantins e contou com a presença de lideranças políticas do arco de alianças, como o presidente estadual do PL Ananias Filho, os deputados estaduais Gilberto Cattani, Rafael Ranalli.
Histórico de polêmicas
Na eleição municipal de 2020, o primeiro turno terminou com um resultado apertado: Abílio teve 33,72% dos votos válidos e Emanuel Pinheiro 30,64%. No segundo turno, o cenário se inverteu, Emanuel venceu com 51,15% enquanto Abilio amargou 48,85%.
Em um dos debates de televisão realizados no primeiro turno, Abilio disse à então candidata a prefeita Gisela Simona, hoje no União Brasil, que ela era uma “uma excelente participante da disputa eleitoral mesmo sendo mulher”. Gisela era a única candidata feminina naquela eleição e a declaração seria decisiva contra o projeto de Abilio no segundo turno.
Em 2023, em entrevista ao Conexão Poder, Abilio reconheceu que perdeu para ele mesmo naquela campanha. O candidato admitiu que cometeu “várias falhas” que foram aproveitadas pela campanha adversária.
Abilio também afirmou que teve uma relação complicada e de conflitos com veículos de imprensa e com os jornalistas. Para o candidato, naquela circunstância, sua primeira disputa a um cargo do Executivo, ele estava em uma situação de muito estresse, que resultou em uma conduta da qual ele não se orgulha.
Na eleição de 2022, Abilio foi o segundo deputado federal mais votado de Mato Grosso, com mais de 87 mil votos. Mas o modus operandi que o tornou conhecido na Câmara Municipal de Cuiabá não mudou e ele se envolveu em algumas polêmicas em Brasília.
Antes mesmo de ser empossado, Abilio gravou um vídeo questionando a veracidade da depredação do patrimônio público da Câmara dos Deputados nos atos de vandalismo do dia 8 de janeiro. O deputado mato-grossense teve que voltar atrás depois que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) prometeu responsabilizar deputados que mentissem sobre o que ocorreu naquela data.
O parlamentar também foi acusado de transfobia contra a deputado Erika Hilton (PSOL-SP). Parlamentares afirmaram que Brunini teria insinuado que a deputada federal, que é transexual, estaria oferecendo serviços sexuais. Abilio negou que tenha dito isso e o caso acabou arquivado pelo Conselho de Ética da Câmara.
Antes do início oficial do período eleitoral, a partir de 16 de agosto, as pesquisas de intenção de voto colocam o candidato em segundo lugar, atrás apenas de Eduardo Botelho.
Fonte: Repórter MT
