A cidade de Cuiabá é a 24ª melhor localidade do Brasil para abrir (e manter) uma empresa. Pelo menos é o que revela o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE 2016), que está em sua terceira edição. A pesquisa abrange 31 grandes cidades brasileiras.
O estudo, elaborado pela entidade de fomento ao empreendedorismo Endeavor, avalia o ambiente empreendedor nas 32 cidades brasileiras com mais empresas de alto crescimento (as chamadas scale-ups).
A cidade de São Paulo é, mais uma vez, a melhor localidade do país para abrir (e manter) uma empresa. O estudo foi divulgado pelo portal da revista Exame.
A capital de Mato Grosso ocupa a 24ª posição num universo de grande cidades alvos do levantamento. Está à frente, por exemplo, de grandes centros como Salvador, Belém, Manaus, Fortaleza e Campo Grande. Na pesquisa realizada em 2015, Cuiabá era a 28ª.
De acordo com a pesquisa, esses negócios devem apresentar um crescimento de ao menos 20% ao ano por ao menos três anos seguidos. Em um universo de cinco milhões de negócios, as scale-ups são apenas 30 mil, e geraram cerca de três milhões de empregos nesses últimos três anos.
O resultado do ICE 2016 foi divulgado nesta semana, em evento da Endeavor. O principal objetivo da pesquisa é fomentar o ambiente de negócios do país. Para isso, ela pretende identificar as melhores táticas replicáveis de incentivo ao empreendedorismo; criar indicadores mensuráveis ao longo do tempo; e gerar comparação e competição saudáveis entre as cidades participantes.
“Tínhamos uma preocupação muito grande sobre a condição de empreender no país”, ressalta Juliano Seabra, diretor da Endeavor. “Não adianta nada apoiar o empreendedor, ajudá-lo a crescer e perceber que a sensação de empreender no Brasil é estar correndo com um elástico amarrado na cintura. Você fica preso e não alcança a velocidade potencial que teria dentro de si.”
As melhores cidades para abrir e manter negócios trabalham justamente para acabar com tais amarras, por meio de incentivos em diversas frentes. Ao todo, são sete áreas determinantes: ambiente regulatório; infraestrutura; mercado; acesso a capital; inovação; capital humano; e cultura empreendedora.
Cada área possui um peso diferente na hora de calcular o resultado agregado. Um item como capital humano, por exemplo, tem maior peso na elaboração da média ponderada: sem uma boa equipe, é impossível que um negócio seja bem-sucedido. Ao todo, 60 indicadores foram mensurados no estudo.
Confira, a seguir, as melhores cidades para empreender no Brasil:
| Posição em 2016 | Cidade | Posição em 2015 | 
|---|---|---|
| 1º | São Paulo | 1º | 
| 2º | Florianópolis | 2º | 
| 3º | Campinas | 5º | 
| 4º | Joinville | 9º | 
| 5º | Vitória | 3º | 
| 6º | São José dos Campos | 6º | 
| 7º | Porto Alegre | 7º | 
| 8º | Sorocaba | 15º | 
| 9º | Maringá | 11º | 
| 10º | Ribeirão Preto | 12º | 
| 11º | Belo Horizonte | 13º | 
| 12º | Caxias do Sul | 16º | 
| 13º | Blumenau | 20º | 
| 14º | Rio de Janeiro | 10º | 
| 15º | Curitiba | 8º | 
| 16º | Brasília | 19º | 
| 17º | Uberlândia | 18º | 
| 18º | Recife | 4º | 
| 19º | Londrina | 17º | 
| 20º | Aracaju | 23º | 
| 21º | Goiânia | 14º | 
| 22º | Natal | 25º | 
| 23º | Teresina | 31º | 
| 24º | Cuiabá | 28º | 
| 25º | Salvador | 24º | 
| 26º | Belém | 29º | 
| 27º | João Pessoa | 22º | 
| 28º | Manaus | 26º | 
| 29º | Fortaleza | 30º | 
| 30º | São Luís | 27º | 
| 31º | Campo Grande | 21º | 
| 32º | Maceió | 32º | 
São Paulo é a melhor cidade do Brasil para abrir e manter um negócio pelo segundo ano consecutivo – no ICE 2015, ela já havia conquistado o primeiro lugar. A cidade despontou por conta de, principalmente, três determinantes: acesso a capital, infraestrutura e mercado. São Paulo, diz a Endeavor, concentra 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e quase 60% dos investimentos de risco. Além disso, é o principal centro logístico do país.
São Paulo abriu uma maior distância em relação ao segundo lugar, Florianópolis. A cidade de Santa Catarina tem mais da metade dos universitários formada em cursos de alta qualidade, aumentou vagas nos cursos técnicos e possui muitos mestres e doutores. A qualidade do capital humano transforma Florianópolis em um centro de inovação e facilita a vida de quem empreende, ressalta Seabra.
Outros destaques são as cidades de Campinas e Joinville, que estão no terceiro e quarto lugares. Assim como Florianópolis, as duas regiões investem muito no quesito de educação e nos cursos de alta qualidade. Joinville, por exemplo, possui o maior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) das cidades pesquisadas pela Endeavor. As cidades também possuem boa infraestrutura, com fácil acesso às principais capitais brasileiras.
É interessante notar o avanço das cidades interioranas neste ano: das dez primeiras colocadas, seis são do interior do país, desbancando algumas capitais fortes. Todas as cinco cidades do estado de São Paulo avaliadas estão no top 10, por exemplo.
O Rio de Janeiro (14º lugar) caiu quatro posições na comparação anual do Índice de Cidades Empreendedoras. Segundo a Endeavor, os empreendedores cariocas sofrem com o ambiente regulatório e condições internas complexas, com custos altos e a pior mobilidade urbana do relatório.
Curitiba (15º lugar) caiu sete posições, ficando atrás da cidade interiorana Maringá, também no estado do Paraná. Curitiba tem altos impostos e apresentou um recuo na oferta de crédito, além de a cultura empreendedora ser mais vista no interior, diz a entidade.
Por fim, Recife (18º lugar) viu o número de matriculados em cursos profissionalizantes ser reduzido em 26 mil, o que afeta a criação de capital humano. A cidade também enfrenta problemas de trânsito e teve queda nas compras realizadas pelo governo, o que desaquece os empreendimentos da região.
		
			








