A pré-candidatura da modelo transexual Santrosa pelo (PSDB) a uma vaga na Câmara Municipal de Sinop (478 km de Cuiabá) tem repercutido nas redes sociais, uma vez que o partido é considerado de “direita” por vários eleitores. Além de desfilar, Santrosa é cantora e já adiantou que, caso eleita, não irá defender apenas os direitos da população LGBT, mas de todos que precisam de apoio e de oportunidades, além de projetos para fomentar a cultura.
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é um partido político brasileiro de centro, às vezes associado à centro-esquerda ou à centro-direita e surgiu a partir de uma cisão do MDB que mesclava a social-democracia, a democracia cristã, liberalismo econômico e social. No entanto, nos anos 90 e 2000 travou embates emblemáticos nas campanhas presidenciais contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e acabou sendo visto por muitos eleitores como um partido mais “à direita”.
Devido a isso, Santrosa usou as redes sociais para dizer que, ao se filiar ao partido e disputar uma vaga para combater a mentira e à corrupção que, segundo ela, são as coisas que mais prejudicam o desenvolvimento da sociedade. “Gênero sexual não é uma limitação de espaço, é um projeto que se inicia como qualquer outro que a gente já enfrentou e agora estamos conseguindo estar em todos os lugares, entendo a nossa trajetória e ela
sempre será defendida em qualquer lugar que eu esteja”, declarou em uma caixinha de perguntas no Instagram.
A artista é a segunda mulher trans a se candidatar a uma cadeira no Legislativo de Sinop, cidade considerada o berço do agronegócio e do bolsonarismo, visto que no pleito de 2022 76,95% dos eleitores votaram no em Jair Bolsonaro (PL). Apesar disso, a miss declarou, também nas redes sociais, que vê como uma oportunidade disputar as eleições e que está ocupando um espaço na política muito importante.
“Eu olho para essa situação e vejo como uma oportunidade de revolucionar essa estrutura política que foi criada. Acredito que uma pessoa como eu pode estar em vários locais que ela quiser ocupando muitos espaços e sendo incluída para outras pessoas também, a partir do momento em que eu sou respeitada, todas as mulheres também são. Quando uma mulher vence, todas as mulheres vencem juntas. A política não é um morango. Não tem como a gente criar toda essa fantasia que vai dar tudo certo porque a política é discussão, e a gente tem que ter essa voz ativa dentro deste campo para poder trabalhar”, concluiu a pré-candidata.
Fonte: Folhamax