Cerca de 70% dos municípios de MT registram ‘risco alto’ para dengue; veja lista

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Dos 141 municípios de Mato Grosso, 99 registram risco alto para dengue, segundo compilado da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de 2023. No ano passado, foram confirmados 25,7 mil casos da doença em todo Estado. O número é 20% menor do que o registrado em 2022, mas ainda é considerado preocupante. Em 2023, 23 pessoas morreram devido à doença, duas a mais do que no ano anterior.

A lista de cidades com risco alto para dengue inclui municípios das regiões Oeste Mato-grossense; Médio Araguaia; Alto Tapajós; Médio Norte; Araguaia Xingu; Sul Mato-grossense; Garças Aragauaia; Noroeste Mato-grossense; Vale dos Arinos; Vale do Peixoto; Sudoeste Mato-grossense; Centro Norte, Norte Mato-grossense e Teles Pires.

Nos 99 municípios, a incidência de dengue ultrapassa os 300 casos por grupo de 100 mil habitantes. Em alguns casos, como no município de Ponte Branca (372 km de Cuiabá), a incidência de casos chega a 12,9 mil por grupo de 100 mil habitantes. Na prática, considerando a população de 2.008 habitantes da cidade, cerca de 259 foram acometidos com dengue durante 2023, o equivalente a mais de 10% da população.

Nova Xavantina é o único município que registra risco alto para o zika vírus, outra patologia transmitida pelo Aedes Aegypti, mesmo mosquito que transmite a dengue. A incidência é de 949,5 casos por 100 mil habitantes. Vila Rica e São José do Xingu, por sua vez, registram risco alto para chikungunya, com índices de 367,4 e 304,3 casos por grupo de 100 mil habitantes respectivamente.

Por enquanto, as recomendações do Ministério da Saúde para o combate à doença ainda se concentram na prevenção ao vetor dos virus da dengue, zika e chikungunya.

“Deve-se reduzir a infestação de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas/capas/tampas, impedindo a postura de ovos do mosquito Aedes aegypti. Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. A proteção contra picadas de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti pica principalmente durante o dia”, preconiza o Ministério.

Em dezembro do último ano, o órgão incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) a primeira vacina contra a dengue. O imunizante, que recebe o nome de Qdenga, não tem data para ser utilizado em larga escala devido a restrições do laboratório fabricante, o japonês Takeda. A princípio, o Ministério da Saúde divulgou que vai disponibilizar a vacina para públicos e regiões prioritárias. Em fevereiro, serão 460 mil doses. Até novembro, cerca de seis milhões de doses devem ser disponibilizadas.

Contudo, mesmo diante do grande número de municípios com risco alto para dengue em Mato Grosso, ainda não há previsão de que a vacina chegue ao Estado. As primeiras imunizações ocorreram neste fim de semana, no Estado vizinho, Mato Grosso do Sul.

Procurada pela reportagem, a SES afirmou que não foi notificada pelo Ministério da Saúde sobre a disponibilização de vacina contra a dengue na rede pública de saúde. (HNT)