Os deputados estaduais aprovaram, já em segunda votação, a Revisão Geral Anual (RGA) em 4,6%, na sessão ordinária desta quinta-feira (11). O percentual representa uma vitória do governo de Mato Grosso em contrapartida ao apresentado pela Assembleia Legislativa (ALMT). Os parlamentares cederam à força do Executivo estadual, sob a justificativa de perdas econômicas significativas em 2024 para empenhar recursos da receita anual para pagar os servidores. Conforme o governo do Estado, o RGA já será pago na folha de janeiro.
“Foi formada toda uma comissão para discutir. O deputado Elizeu Nascimento fez uma proposta, o deputado Lúdio Cabral também, mas o governo entendeu que não tem como abrir essa exceção e manteve os 4,6%”, falou o presidente da AL, Eduardo Botelho (UB), ao iniciar a votação.
A vice-presidente, Janaina Riva (MDB), lamentou o posicionamento do Palácio Paiaguás e disse que o governo perde uma oportunidade de se aproximar da classe de trabalhadores, mantendo o RGA abaixo do ganho real. Segundo a deputada, os mato-grossenses lotados em pastas do Estado sentirão no bolso o poder de compra mais baixo.
“O governo deixa a desejar no relacionamento com o servidor. Hoje, nós temos condições de começar a recompor o que não foi pago nos dois anos que havia a PEC do Teto de Gastos, havia embasamento jurídico dizendo que não era necessário o pagamento. Porém, não muda o fato que servidor perdeu o poder de compra”, observou Janaina.
Paulo Araújo (PP), servidor de carreira, também fez críticas ao percentual e admitiu que os números expressam uma derrota do Legislativo.
“Em todas as votações que nós fizemos enfrentando o governo, nós perdemos. A gente reconhece que estamos em número inferior para poder pleitear aqui dentro do plenário. Não conseguimos avançar por um ganho real aos servidores públicos de Mato Grosso”, falou o deputado. (HNT)