Os estudos para a obtenção da licença ambiental para a instalação da Ferrovia Senador Vicente Vuolo em Cuiabá já começaram. A previsão da empresa Rumo, responsável pelas obras da ferrovia, é que a documentação seja protocolada no próximo ano e que, em 2025 a licença de instalação já tenha sido expedida. Apesar da preocupação do Fórum Pró-Ferrovia com a falta do licenciamento, a Rumo afirma que não há riscos da ferrovia não chegar a Capital.
Conforme explica Rodrigo Verardino, gerente executivo de Relações Institucionais da empresa, os prazos estão seguindo o cronograma referencial.
“O projeto é modular, então vai crescendo em blocos de projeto, que viram licenciamentos, tomadas de preço e a empreitada efetiva de construção da ferrovia. Como no próprio cronograma referencial o primeiro ponto que a companhia tem que chegar para atender é Campo Verde, todos os esforços foram para o terminal de Campo Verde. Além disso, todo esforço que for movimentado neste momento para chegar a Campo Verde também é um esforço para chegar em Cuiabá, pois passam pela mesma linha e uma etapa puxa a outra”, explica.
Veja vídeo: Gerente da Rumo fala sobre andamento da obra de ferrovia em Cuiabá
Segundo Rodrigo, a empresa está na fase de aprofundamento de estudos para a obtenção da licença ambiental de Cuiabá.
“A expectativa é que a gente consiga no ano que vem protocolar toda a documentação que vai gerar o pedido e que no começo de 2025 saia a licença ambiental que permite a empreitada específica do ramal de Cuiabá. Em 2026, de acordo com nosso cronograma referencial, a obra da ferrovia deve chegar em Cuiabá”, esclarece.
Fórum: “Licença é garantia”
A inserção da Capital na malha ferroviária tem preocupado o Fórum Pró-Ferrovia, que fez audiências públicas ao longo deste ano para discutir o cronograma de obras.
Segundo o presidente do Fórum, Francisco Vuolo, a licença de instalação é o termômetro balizador para saber se a ferrovia de fato chegará a Cuiabá. Ele defende que o modal impactará em uma logística mais adequada e um frete mais barato na Capital.
“Se não tem a licença, continuamos sem garantias. Foram feitas audiências públicas, agora a expectativa é que a Comissão da Assembleia convoque a Rumo para que a empresa apresente o que está sendo trabalhado para as licenças de Cuiabá e formalize junto conosco um cronograma a cumprir”, explica.
Segundo o gerente da Rumo, não há riscos de que a malha não passe pela Capital.
“A gente entende que tem muito interesse da sociedade e do próprio meio político, para que isso se viabilize o mais rápido possível, entendendo que a ferrovia é um indutor de desenvolvimento, então a sociedade tem interesse que a companhia cumpra o cronograma que ela combinou via contrato. Mas não há o risco de a ferrovia não passar em Cuiabá. As coisas estão acontecendo em etapas, no tempo que têm que acontecer e nenhum passo está pulando o outro”, conclui.
Secom-MT
A obra
No total serão construídas 22 pontes, 21 viadutos, cinco passagens inferiores e dois túneis. Em 2024, a previsão é de obras ao longo de 150 km. O projeto prevê investimento de R$ 11,2 bilhões para a implantação da ferrovia estadual.
A ferrovia vai passar por 16 municípios mato-grossenses, garantindo conexão com a malha ferroviária nacional e o Porto de Santos. Os trilhos vão interligar os municípios de Rondonópolis a Cuiabá, além de Rondonópolis com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, conectando-se à malha ferroviária nacional.
Além de escoar a produção mato-grossenses, os trilhos vão permitir a chegada mais rápida de produtos e insumos de outras partes do Brasil.
Fonte: RD News