Em abril deste ano, o jovem Pablo Ronaldo dos Santos, de 23 anos, e um amigo foram sequestrados de dentro de um bar por mebros do Comando Vermelho, no município de Nova Ubiratã (477 km de Cuiabá). A vítima era natural de São Paulo e veio para o município a trablaho. Ele foi sequestrado, torturado e morto por supostamente ter feito um sinal com as mãos que faz alusão a uma facção criminosa rival.
Segundo informações obtidas com exclusividade pelo HNT, Pablo, juntamente de seu amigo Geovane Batista da Silva, foram abordados pelos membros da facção criminosa no “Bar do Sinucão”. Após uma breve conversa no local, onde os faccionados acusavam as vítimas de ser membros de uma facção rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC), ambos foram levados até um carro e deixados em uma residência, que foi utilizada como cativeiro.
No local, as vítimas foram amarradas e passaram a ser agredidas com socos, chutes e golpes de facão. Após uma longa sessão de tortura, os dois foram deixados nas dependências da casa.
No dia seguinte, por conta da rivalidade entre as facções, os criminosos conduziram Pablo Ronaldo e Geovane Batista até o porta-malas do veículo e os levaram para uma propriedade conhecida como “Fábrica do Amendoim”, onde ambos seriam executados.
Ao se aproximarem do local de execução, Geovane conseguiu se desamarrar e pular do veículo ainda em movimento. Ele fugiu em meio a um milharal, onde conseguiu ajuda para acionar a polícia. Já Pablo foi conduzido para área de mata, onde foi executado e seu membros foram enterrados.
LOCALIZAÇÃO DE RESTOS MORTAIS
Quase três meses depois do último contato com Pablo, a polícia finalmente conseguiu encontrar os restos mortais da vítima. O corpo do jovem foi localizado em uma parte da extensa área de mata, uma região onde a Polícia Civil já havia feito diversas buscas desde o mês de abril, inclusive com apoio do Corpo de Bombeiros e emprego da cadela farejadora Maya.
Os restos mortais do rapaz, que estavam com as mesmas vestimentas do dia em que ele desapareceu, foram encontrados por um investigador da Delegacia de Nova Ubiratã.
PRISÕES
Em julho, a Polícia Civil deflagrou a “Operação Procusto”, que buscou prender todos os envolvidos no sequestro e assassinato de Pablo. Durante a ação, oito criminosos foram presos e três não foram encontrados.
Apesar de todos os suspeitos não terem sido presos, a polícia indiciou 11 criminos, que respondem pelos crimes de integrar organização criminosa, homicídio qualificado consumado, homicídio qualificado tentado, ocultação de cadáver, tortura majorada e sequestro.
Entre os presos estava uma professora de unidade escolar infantil conhecida como “Mana Profe”. A jovem foi apontada com uma das mandantes do crime que ficava ditando tudo que os executures tinham que fazer.
O inquérito que o HNT teve acesso demonstrou que a suspeita chegou a mandar mensagens para os comparsas lamentando não ter visto a execução do jovem. No texto, ela narra que “tá na hora de eu ver alguém morrendo, eu preciso disso”.
MORTO POR ENGANO
De acordo com uma fonte, o jovem teria feito o suposto sinal da facção rival durante uma festa na região de Nova Ubiratã (476 km de Cuiabá) e acabou postando em sua rede social um vídeo em que ele teria feito o símbolo. As informações apontam que ficou comprovado que o gesto não sugere identificação com nenhuma facção criminosa e que não foi identificada a participação do jovem como membro de qualquer organização criminosa.
Para o delegado Bruno França, ficou claro que o jovem foi morto por engano, “por aqueles que acham que têm o direito de derterminar quem vive ou morre”. (HNT)