Uma série de ameaças de massacres em escolas públicas e privadas de Mato Grosso aterrorizaram os próprios estudantes e pais, que ficaram com medo em mandar os filhos para as unidades de ensino. Foram inúmeras as ameaças em diversos municípios de Mato Grosso, mas, felizmente, nenhuma se concretizou. Portanto, o medo foi instaurado e vários estudantes se viram diante de uma situação nunca presenciada.
Tudo começou quando um homem de 25 anos, em posse de um machadinho, pulou o muro da creche Cantinho Bom Pastor, na cidade de Blumenau, em Santa Catarina (SC), matou quatro crianças e deixou outras cinco feridas, no dia 5 de abril de 2023. Segundo a Polícia Civil local, o homem estava em surto e essa teria sido a causa do ataque às crianças. Ele foi preso no dia 6.
Depois dessa tragédia em Blumenau, as ameaças começaram a circular, principalmente nas redes sociais. Em Cuiabá, uma das primeiras ameaças que ganhou repercussão foi no colégio particular Master. Uma mensagem foi escrita com caneta permanente em um dos banheiros, que dizia: “massacre amanhã”. A escola chegou a se manifestar e solicitou reforço policial para o dia em questão, mas nada ocorreu.
Reprodução
Logo depois, inúmeras ameaças começaram a circular em diversas cidades, como Sorriso, Sinop, Várzea Grande, Arenápolis, Cáceres, Ipiranga do Norte, Nova Xavantina, Poconé. Em algumas cidades, como o caso de Poconé, o autor da mensagem chegou a ser identificado. Por meio de um áudio, ele fez a ameaça dizendo que iria matar todos de uma escola da cidade. Para a polícia, ele contou que tudo não passava de uma brincadeira. No bairro Tijucal, em Cuiabá, um aluno chegou a ser detido com um machadinho na mochila na escola do bairro.
Reprodução
Houve registro de ameaça contra um professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Várzea Grande, mas que usa espaço da instituição em Cuiabá. No dia 14 de abril, a UFMT suspendeu todas as atividades devido à ameaça que circulou e aterrorizou estudantes, professores, colaboradores e demais profissionais da instituição de ensino superior.
O período de maior registro de ameaças que estavam circulando ocorreu após a tragédia em Blumenau, no dia 5 de abril e foi até por volta do dia 21 do mesmo mês. Um dos motivos, que também circulava por meio de um vídeo nas redes sociais, seria o dia 21 de abril que estava se aproximando. Em 2023, completou 24 anos do “massacre de Columbine”, um dos maiores ataques já ocorridos em uma unidade escolar, nos Estados Unidos, em 1999. Em alusão à data, também no Brasil, ocorreria, no dia 21 de abril, um suposto ataque em massa em todas as escolas do país.
No dia 21 de abril de 1999, dois alunos da instituição, identificado como Eric Harris, de 18 anos, e Dylan Klebold, de 17 anos, mataram 12 colegas e um professor. Em seguida, cometeram suicídio. Outras 23 pessoas ficaram feridas. Os dois assassinos invadiram a escola e, segundo relatos, procuravam alvos específicos dentro do estabelecimento. Testemunhas do ataque disseram que ambos atiraram em jovens atletas e representantes de minorias em Columbine, que tinha quase 2 mil alunos.
Em Mato Grosso, nenhuma das ameaças se concretizou, mas o medo e o pânico foram instaurados nos estudantes e pais, que se viram diante de uma situação nunca vivida. As forças de segurança, como Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Federal, reforçaram a segurança e equipes para conter um possível ataque. (HNT)
