A endocrinologista Cláudia Santana esclarece na coluna Viva Mais que é importante acompanhar os índices de “colesterol bom” e “colesterol ruim”. Ela alerta para a necessidade de mudança de hábitos para ter uma rotina e alimentação mais saudáveis e polemiza: “Não cozinhe na banha de porco!”.
A médica recomenda fugir do torresminho e ter cautela com a gordura do churrasco.
“Maneire porque a gordura é romântica ela vai direto para o seu coraçãozinho”, comenta.
De acordo com a médica endocrinologista, a dieta rica em gorduras pode aumentar o nível de colesterol e provocar o acúmulo de gordura nas paredes dos vasos arteriais, o que pode levar a um infarto ou AVC. (Repórter MT)
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Banha de porco faz mal? Especialistas explicam sobre esse alimento polêmico
A gordura gera muitas dúvidas na hora do preparo e consumo dos alimentos, especialmente quando o assunto é banha de porco. Afinal, ela faz bem ou mal para a saúde? Primeiro, é preciso entender que as gorduras são essenciais para o organismo, mesmo se você está de dieta. Toda alimentação saudável e balanceada deve conter 30% do teor calórico total em gorduras, já que elas contribuem para o processo de produção dos hormônios, transporte de vitaminas e também ajudam a gerar energia.
Porém, o maior questionamento que surge em nossas cabeças é: “Qual o tipo de gordura que eu devo consumir?”. As gorduras saturadas são totalmente contraindicadas por médicos, sendo associadas ao aumento de doenças cardiovasculares. Já as gorduras insaturadas fazem o papel de guardião, protegendo o coração e prevenindo outros processos inflamatórios.
Nesse sentido, a banha de porco, um alimento (polêmico) rico em gorduras saturadas, voltou a ser usada de maneira cada vez mais frequente. “Banha de porco nada mais é que a gordura do porco que pode atingir, ao contrário da maior parte das outras gorduras, altas temperaturas sem a liberação de compostos tóxicos, sendo uma opção muito mais saudável para o preparo de alimentos”, comentou a nutróloga Dra. Gisele Wernek.
Antigamente, a banha de porco era muito usada pela população, por ser uma opção mais barata que os óleos vegetais, podendo ser usada no preparo de diversas refeições. Porém, a indústria passou a investir em outros tipos de óleos vegetais com um preço mais acessível e menor teor de gorduras saturadas e colesterol, fazendo com que a gordura animal fosse desaparecendo das casas dos brasileiros.
Apesar de ser muito criticada, a banha possui também gorduras boas. Mesmo tendo aproximadamente 40% de gordura saturada, o resto de sua composição é dividido em gorduras monoinsaturada e poli-insaturada, “que são gorduras recomendadas hoje em dia por não elevarem os níveis de colesterol plasmático ou até por ajudarem a reduzir a fração LDL do colesterol (o colesterol ruim, que está envolvido na formação de placa de ateroma). Assim, a banha de porco não pode ser classificada como totalmente má, ela é quase metade de cada tipo de gordura”, revelou Mariana Maciel, nutricionista da rede de centros médicos dr.consulta. “Em cada 100g de banha há 88.7g de gordura, sendo 32.2g de gordura saturada, 42g de gordura monoinsaturada e 10.3g de gordura poli-insaturada”, completa a especialista.
Por muito tempo, as gorduras saturadas foram tidas como as principais vilãs para as doenças cardiovasculares. “Baseado no fato de termos reduzido demais a ingestão das gorduras animais (e usado as gorduras vegetais) nos últimos anos, não se verificou a diminuição da prevalência de doenças cardíacas. Na realidade, essa colocação é verdadeira, porém devemos levar em consideração outras modificações nos hábitos e estilo de vida da população, que também se relacionam com o desenvolvimento de tais doenças”, afirmou Mariana.
“Isso ainda vai ser muito discutido e pesquisado no campo da medicina e da nutrição, mas o fato é que as sociedades de classe, baseadas em revisões cientificas cuidadosas, ainda se mantêm firmes na recomendação de diminuir a ingestão de gorduras saturadas, substituindo-as pelas insaturadas. Esse é o posicionamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia, por exemplo”, completou a nutricionista.
Entretanto, alguns pesquisadores e médicos acreditam que talvez a banha de porco não seja tão ruim. “Quando utilizada com moderação, pelo seu potencial para aumentar o HDL e poder antioxidante, consegue proteger nossas artérias e vasos, minimizando o risco de doenças cardiovasculares”, relatou Dra. Gisele Wernek.
Como qualquer outro alimento, a banha de porco deve ser consumida sem exagero, podendo assim proporcionar alguns benefícios à saúde, já que contém vitamina A, vitamina C, vitaminas do complexo B, Folato, colina e betaína.
Quando falamos em substituições é muito difícil dizer que a banha de porco pode ser usada no lugar de óleos vegetais, pois existem opções com nutrientes e benefícios melhores, então é importante que, antes de qualquer mudança, seja feita essa comparação. Segundo a nutricionista Mariana Maciel, existem óleos vegetais que possuem mais gorduras insaturadas do que a banha de porco, sendo mais interessantes, mas também existem óleos vegetais com perfil lipídico pior do que a banha.
Como utilizar a banha de porco
A banha de porco pode ser produzida a partir de qualquer parte do porco, desde que exista uma elevada concentração de tecido adiposo. O mais comum é vir da gordura visceral que envolve os rins e no interior do lombo. De acordo com a nutróloga Gisele Wernerk, a melhor banha é obtida a partir de toucinho, gordura subcutânea: entre a pele e músculo do porco.
Essa gordura é utilizada no preparo de alimentos, sendo vantajosa por não liberar toxinas quando aquecida e ter um sabor neutro. “A banha de porco tem pouco sabor específico, tornando-a ideal para uso em produtos de panificação, sendo valorizada no preparo de massas de torta”, afirmou Gisele.
Modo de preparar
Para se obter a banha do porco é preciso levar ao fogo a gordura do porco ainda crua e em fogo muito baixo ir derretendo lentamente. Após 20 ou 30 minutos no fogo, a gordura já estará derretida e densa, podendo ser utilizada em qualquer tipo de preparo culinário. (Fonte: Minha Vida)