A Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT) aprovou a mudança no traçado da ferrovia estadual, na última terça-feira (28). No início de novembro, a prefeitura de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, anulou a certidão de uso e ocupação de solo e a empresa foi proibida de continuar a obra na cidade. Com aprovação do governo, a expectativa é dar continuidade na obra.
O projeto da ferrovia está estimado em R$ 12 bilhões e promete impulsionar o agronegócio. Os trilhos da ferrovia, de mais de 700 km de extensão, vão passar por 16 municípios de Mato Grosso e conectar Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, a 360 km da capital.
O professor da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), Agnaldo Rocha, diz que os moradores temem que os trilhos do novo traçado passem perto das casas e que percam as propriedades.
“Nós iniciamos um abaixo assinado, foi protocolado com aproximadamente 2 mil assinaturas, pedindo que seja levado em consideração essa proximidade dos trilhos à área urbana”, explicou.
Segundo o projeto de correção do traçado enviado à Sema-MT, haverá uma adequação da ponte sob o Rio Vermelho, em Rondonópolis, que faz parte do primeiro trecho da obra. As obras começaram em outubro de 2022 e está na primeira etapa.
Rio Vermelho em Rondonópolis (MT) — Foto: Divulgação
O doutor em engenharia ambiental da UFR, Domingos Barbosa, afirma que essa alteração no projeto da rodovia deveria ser melhor discutida.
“É preciso observar uma série de aspectos ambientais. Tanto a proteção da fauna, flora e recursos hídricos e impacto de vizinhança são os principais parâmetros que são utilizados na avaliação de impacto ambiental e gerenciamento de riscos ambientais de uma obra dessa magnitude”, diz.
O que diz a empresa
A prefeitura disse que pode rever o cancelamento se a empresa apresentar os laudos de impacto ambientais que foram solicitados. Sobre isso, a empresa disse, por meio de nota, que segue rigorosamente a legislação ambiental e que por isso teve a licença de instalação aprovada.
Disse ainda que a competência para legislar e fiscalizar a obra é exclusiva do estado e não da prefeitura de Rondonópolis e que a empresa vai prosseguir legalmente com a execução da primeira fase da construção da ferrovia
Já sobre as obras em Rondonópolis, a Rumo afirmou que o traçado não atravessa a área urbana e que não interessa à empresa que haja um conflito entre o meio urbano e a ferrovia.
Os profissionais da empresa que estão trabalhando em bairros estão fazendo análise para instalação de futuras barreiras para evitar o acesso de pedestres aos trilhos.
Fonte: G1 MT