Mato Grosso, assim como todo Brasil, está sob a influência do El Niño, que reduz o volume de chuvas no Centro-Norte e Nordeste do país e aumenta no Sul.
O fenômeno também tende a aumentar a temperatura em todas as regiões, especialmente, no Centro-Norte.
Portanto, a estação do Verão 2023/2024, que começa em dezembro e segue até março e tende ser a mais chuvosa, deve ter menos precipitações e novas ondas de calor, como as que ocorreram nos meses de setembro, outubro e novembro deste ano, e que em grande parte do Estado deixaram os termômetros acima dos 41ºC.
“Em Mato Grosso, permanece a tendência de chuvas abaixo da média e temperatura acima da média”, disse a meteorologista e doutora em eletricidade atmosférica pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Ana Paula Paes.
Especialista em eventos climáticos extremos, Ana Paula participou, na terça-feira (28), do 1º painel Mato Grosso sobre o Clima, organizado pelo recém-criado Comitê de Crise Climática, coordenado pelo Corpo de Bombeiros.
O evento buscou trazer um panorama sobre os desafios climáticos para os próximos meses e os pontos de atenção para se preparar para eventos extremos.
Embora com menos dias de precipitação, as previsões apontam para a ocorrência de chuvas mais intensas e/ou temporais, por conta da instabilidade e da atmosfera mais quente nos próximos meses.
Para tentar evitar que o cenário se agrave, a saída é adotar ações ou atividades mais sustentáveis e que aumentem o efeito estufa para amenizar o clima no futuro, em nível do país e do mundo.
No Estado, a população de Cuiabá sofre os efeitos do calorão.
Contudo, a Capital mato-grossense, que ficou conhecida como Cidade Verde, a Prefeitura Municipal garante que vem adotando medidas para mitigar os impactos chamadas ondas de calor, como o plantio de arvores, às margens dos córregos, canteiros centrais, praças e áreas verdes.
Recentemente, a administração municipal divulgou dados que mostram que, em Cuiabá, o número de árvores está acima do recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo informações, a quantidade ideal é entre 9m2 a 12m2 de área verde por habitante.
Conforme o Plano Diretor de Arborização, a Capital tem 25.3m2 por pessoa.
O desafio agora é como manter esse índice diante da expansão urbana do município.
Fonte: Diário de Cuiabá