Procurado pela Polícia e pela Justiça da cidade de Mineiros (GO) por crime de latrocínio (roubo seguido de morte), Gilberto Rodrigues do Anjos, de 32 anos, também cometeu uma chacina na cidade de Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte de Cuiabá).
Ele está preso em Sinop (500 km ao Norte) pelas mortes, no fim de semana. Em Sorriso (420 ao Norte da Capital), menina de 13 anos, outra de 19 e a mãe delas,46. Elas foram estupradas e mortas a facadas.
Uma garota de dez anos também foi assassinada por asfixia. O assassino já está preso. Duas vítimas foram identificadas: A mãe Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos e a filhas Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos. As duas menores, de 13 e 10 anos não tiveram os nomes divulgados.
As quatro foram encontradas mortas na manhã de segunda-feira, na casa onde moravam, na Travessa Dezembro, no bairro Florais da Mata, na cidade de Sorriso.
Para não dar brecha para defesa de Gilberto, o delegado Bruno França não se contentou apenas com a confissão do acusado.
O delegado agiu rapidamente para materializar os crimes de homicídio triplamente qualificado, seguido de estupro.
Nas investigações, o delegado juntou provas concretas para uma materialização considerada perfeita contra um assassino cruel. Gilberto estava com roupas íntimas (calcinhas) das vítimas.
Deixou para trás um chinelo sujo de sangue, e ainda estava sem parte dos cabelos, que as vítimas arrancaram durante uma luta desesperadora, possivelmente da mãe para salvar as três filhas, duas delas estupradas e mortas.
O delegado Bruno, em coletiva à imprensa na tarde de segunda-feira (27), deu um panorama sobre a chacina.
“A gente acredita que ele tenha atacado primeiro a mãe, e que ela, ao gritar, tenha acordado as duas filhas. Posteriormente, por questão até de ‘queima de arquivo’, ele matou asfixiada a menina mais nova”, explicou.
CRIMES PREMEDITADOS – “A premeditação é o óbvia porque ele morava numa obra perto do local do crime e, como todo predador sexual, já vinha espreitando suas vítimas. A alegação de que a droga seja a causa não convence a Polícia Civil. Primeiro, porque esse rapaz já era foragido por um crime exatamente igual, em Lucas do Rio Verde, é um latrocídao foragido da cidade de Mineiros, em Goiás, e ele foi preso com roupas íntimas das vítimas, na maior demonstração de ser um predador sexual em série”, completou o delegado.
“Ele continuou normalmente na obra, que é o local em que ele trabalha e reside (próximo da casa das vítimas). Ele era como se fosse o caseiro da obra. Nós não temos confirmação de que ele tenha voltado ao local do crime depois de ter abandonado, mas sim de que continuou na obra normalmente na lateral, como se nada tivesse acontecido”, finalizou.
QUEM É QUEM – Para não ter e deixar dúvidas, delegado investigou outras pessoas.
“Começamos a levantar informação de todas essas pessoas; Nós descobrimos que um deles tinha histórico de crime sexual e mandado de busca em aberto. Sem informar isso ao preso (Gilberto), nós iniciamos uma série de entrevistas com todas as pessoas e, ao perceber que o cidadão estava faltando com a verdade e entrando em contradição, nós começamos a pressioná-lo, descobrimos que ele morava na obra, ou seja, era uma pessoa que estava no local da invasão de domicílio, nas redondezas”, detalhou o delegado da DHPP de Sorriso.
A MATERIALIZAÇÃO – “A gente solicitou que as pessoas entregassem seus calçados e o calçado do rapaz teve uma combinação perfeita com uma mancha de pegada de sangue no local do crime, um chinelo. Percebeu-se ainda que ele tinha uma falha no cabelo, considerando que a vítima havia arrancado muito cabelo do agressor. Nós o confrontamos, que imediatamente confessou ser autor do crime”, acrescentou Bruno França.
INVESTIGAÇÕES NÃO PARAM – “Agora, a gente vai averiguar se a versão dele é verdadeira. O fato dele ter confessado não quer dizer que isso tenha acontecido. A gente tem que ver se tem mais gente envolvida, se realmente fez isso sozinho, se existe algum tipo de comparsa e se foi só isso mesmo. Foram quatro mulheres mortas, três esgorjadas e uma foi asfixiada, de forma manual e das quatro, três foram estupradas, segundo as palavras do próprio agressor”, completou o delegado Bruno.
TRANSFERÊNCIA – Por motivos de segurança, Gilberto Rodrigues do Anjos teve que ser transferido para o Presídio de Sinop.
Durante à prisão em flagrante, centenas de pessoas se aglomeraram em frente à DHPP, gritando: “Monstro! Monstro!”.
Temendo uma invasão e um massacre do assassino, a Polícia resolveu transferi-lo para outro local. Preso, ele confessou o crime com naturalidade, como se nada tivesse acontecido.
Fonte: Diário de Cuiabá