O comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Alexandre Mendes, voltou a falar sobre a onda de “homenagens” que aconteceu semana passada em várias cidades de Mato Grosso, após a morte de um dos líderes do Comando Vermelho, Rudiney Rodrigues dos Santos, 40.
O titular da PM explicou que embora o fato não seja considerado um crime, mas sim uma contravenção penal, principalmente quando acontece fora do horário permitido, é um ato difícil do Estado controlar. “Quando você, em tese, solta fogos, você não está cometendo um crime, você está cometendo alguma contravenção penal devido ao horário, fora do horário. A lei do município não permite. Quando as pessoas comemoram ou se solidarizam com a morte de um meliante, um bandido ou um infrator da lei, essa pessoa está escolhendo um lado. Nós temos dois lados: o bem e o lado mal. Não existe ficar em cima do muro”, disse o Coronel em entrevista à imprensa nesta semana.
“E essas pessoas que adquiriram esse material, incentivou ou até mesmo obrigou alguém a soltar fogos, tem que ser identificado e responsabilizado. A inteligência está trabalhando. A inteligência, inclusive, da Polícia Civil já tem várias informações. Quem está por trás disso, obviamente, a gente vai responsabilizar essas pessoas”, acrescentou o policial.
Mendes ainda foi questionado se isso tipo de “homenagem” não é considerado uma afronta ao estado. O coronel minimizou a ação e disse que é mais uma “questão de escolha”.
“Eu não penso que isso é uma afronta contra o Estado. A afronta contra o Estado é isso que aconteceu lá em Colniza, em Guariba [quando criminosos atearam fogos no quartel do município]. Isso é uma afronta contra o Estado, que nós temos que agir. Agora, soltar fogos, comemorar vitória de A ou B, isso aí cada um escolhe do seu lado”, afirmou.
A “homenagem” a Pinguim, como era conhecido, ocorreu na noite da sua morte, no dia 24 de outubro, em várias cidades de Mato Grosso e do Brasil. O fato teria sido encomendado pela “presidência” do Comando Vermelho.
Considerado o 03 da organização criminosa, Rudiney morreu no Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande (PSMVG). Ele fugiu da Penitenciária Major PM Eldo Sá Corrêa, conhecida como Mata Grande, em Rondonópolis, no dia 20 de outubro.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o criminoso procurou atendimento em uma unidade de saúde em Rondonópolis, usando nome falso, após sofrer lesões durante a fuga. O homem teria fraturado as costelas ao pular o muro da unidade. No mesmo dia, Rudiney assinou um termo para deixar a unidade de saúde e posteriormente, buscou ajuda no PSM-VG, no sábado (21). Ele não resistiu aos ferimentos e morreu.
Fonte: Olhar Direto