Juiz determina internação de homem que esfaqueou médica e matou agente de saúde em MT

Fonte:

Antônio Anderson Ferreira Lima será submetido à internação psiquiátrica por tempo indeterminado, conforme decisão do juiz Alexandre Delicato Pampado, da 1ª Vara Criminal de Primavera do Leste (234 km de Cuiabá). Sentença versa sobre a morte da agente de saúde Regy Rouse e o esfaqueamento de Jaqueline Matos da Croce, em 2022. No decorrer do processo, Antônio Anderson foi diagnosticado com esquizofrenia e, portanto, se tornou inimputável.

O crime aconteceu em agosto de 2022 quando Antônio Anderson acessou uma unidade de saúde em Primavera do Leste. Ele adentrou a sala da médica Jaqueline e começou a dizer coisas sem sentido. Logo depois, passou a atacá-la. As facadas só cessaram depois que Antônio notou outras pessoas abrindo a porta do consultório e partiu para cima delas.

Em depoimento à Justiça, Jaqueline, que estava grávida à época dos fatos, contou que chegou a ver Regy Rouse ferida na região do peito enquanto era levada para outra sala. A agente de saúde não suportou a gravidade dos ferimentos e morreu. Jaqueline, por sua vez, narrou que viu suas próprias vísceras saindo pelos ferimentos das facadas e que achou que perderia o filho. Ela ficou internada numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e conseguiu se recuperar, assim como o bebê.

Após cometer o crime, Antônio Anderson gravou um vídeo dizendo que os “poderosos” da Justiça brasileira tentaram usar a medicina para tirar a sua vida. Em outra gravação, o suspeito apareceu com uma faca na mão, dizendo que tinha acabado de agir e que esperava pela polícia.

No decorrer do trâmite processual, a defesa pugnou pela instauração do episódio de insanidade mental que contou com parecer favorável do Ministério Público. O laudo pericial constatou que o réu sofre de esquizofrenia e, por isso, não poderia ser punido com a pena de reclusão.

Em contrapartida, o juiz Alexandre Delicato Pampado, tendo em vista a periculosidade do réu, considerou inevitável sua internação num hospital de custódia. O réu deve ficar internado por, no mínimo, três anos. A situação será reavaliada periodicamente por uma junta médica que decidirá se prorroga ou não a estadia no hospital psiquiátrico. (HNT)