O advogado Railton Amorim afirmou que a ordem de prisão dada à Sylvia Mirian Tolentino de Oliveira pelo juiz Wladymir Perri, durante audiência realizada no Fórum de Cuiabá, foi motivada por um pedido dele, por supostas ameaças proferidas por ela.
O filho de Sylvia foi assassinado no dia 10 de setembro de 2016 e o advogado defende Jean Richard Garcia Lemes, acusado pelo crime.
Ele disse que a ordem de prisão dada pelo juiz, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, seguiu a lei e são respaldados pelos registros da audiência. Railton disse que os problemas começaram antes mesmo da audiência, realizada no último dia 29.
O advogado afirmou que estranhou, por exemplo, o fato de a promotora de Justiça responsável pelo processo, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, ser a única que não estava presente na audiência, sem qualquer justificativa, atuando no caso de maneira remota.
“Assim que cheguei, o juiz me pediu paciência, porque havia uma pessoa bastante alterada do lado de fora da sala de audiência. Nenhum de nós sabia que se tratava da mãe da vítima, uma vez que ela estava arrolada como testemunha de acusação”, disse Amorim.
O advogado afirmou que a mãe da vítima foi a segunda testemunha a ser ouvida na audiência e que, logo na primeira resposta, foi desrespeitosa com o magistrado e com ele – e que só nesse momento o juiz soube que se tratava da mãe da vítima.
“Quando isso aconteceu, eu pedi ao juiz que fizesse uma intervenção, em respeito ao processo, e ele foi muito calmo, paciente e respeitoso com ela, por duas vezes, diante do meu pedido de ordem. Mas ela seguiu exaltada e manifestou que não queria estar na audiência”. Sylvia foi intimada a depor a pedido do Ministério Público Estadual (MPE).
Jogou copo
O advogado relatou que, como não poderia impedir a testemunha de deixar a audiência, Perri não se opôs à saída dela da sala. Na avaliação do advogado, se a promotora estivesse presente, poderia, por exemplo, pedir que Sylvia fosse ouvida somente ao final, quando estivesse mais calma.
Em seguida, segundo o advogado, Sylvia jogou um copo em direção ao bebedouro. “Logo depois ela veio na direção do réu. Neste momento o juiz não estava na sala. Ela começou a bater na mesa e a proferir ameaças ao réu e a mim. Diante disso, informei ao juiz o que estava acontecendo e diante do flagrante foi dada a voz da prisão. Um policial chegou e ela seguia transtornada, sendo contida por duas pessoas que a acompanhavam. Ela ainda jogou a bolsa na nossa direção e xingou a mim, a meu cliente e o juiz”, relatou.
Amorim salienta que o magistrado tentou, a todo o momento, contemporizar o caso. “Ao contrário do que disseram, não partiu dele a decisão de ordenar a prisão, mas ela veio depois de um pedido meu, diante do flagrante”.
Após a saída de Sylvia da sala, o juiz Perri tentou retomar os trabalhos, mas, segundo o defensor, foi diversas vezes interrompido pela promotora, impossibilitando assim que as demais testemunhas fossem ouvidas. “A doutora Marcelle é sempre provocativa e já estive em um júri popular em que ela foi bastante deselegante com os advogados”.
O advogado disse que o episódio está registrado em vídeo e na ata da audiência de instrução e julgamento, publicada após o encerramento da audiência. “Essa ata não foi impugnada pela promotora, que poderia pedir alterações no documento. Ela não fez porque sabe que tudo o que está na ata foi o que ocorreu na audiência”
Fonte: Midianews