MP quer juiz afastado de processo após mandar prender mãe de vítima em audiência

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O Ministério Publico de Mato Grosso pediu ao juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, que deu voz de prisão para uma mãe, durante uma audiência de instrução sobre o
assassinato do filho dela, que se afaste do caso. O pedido foi feito pelo promotor de justiça, Vinicius Gahyva Martins, nessa quinta-feira (19).

O g1 tenta contato com o juiz. De acordo com a Ação Penal enviada pelo MP, o magistrado não foi imparcial ao julgar o caso. “Em face do Exmo. Sr. Juiz Wladymir Perri, que, nos autos da Ação Penal, demonstrando clara parcialidade, tutelou indevidamente o direito
do réu, em detrimento do direito da vítima”.

Segundo o promotor, a mãe passou por um processo de revimitização durante a audiência, pois, além de passar pelos episódios traumáticos, ela recebeu voz de prisão e ainda foi privada de prestar depoimento, direito que, legalmente, ela possui.

“A Convenção Americana de Direitos Humanos afirma que toda pessoa tem o direito de respeito à vida, destacando que ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente, e que toda pessoa tem direito a ser ouvida, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, para que se determine seus direitos”, consta no documento.

Ainda de acordo com a ação, o advogado do réu passou a gravar a mãe, depois que ela recebeu voz de prisão, com a intenção de “extrair algum benefício a seu cliente, em detrimento da vítima indireta”.

Por fim, no documento também consta que, na ata de audiência, o juiz pediu ao advogado do réu que fornecesse a gravação por ele feita dentro da sessão, o que, segundo o promotor, expôs ainda mais a mulher. A Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso abriu uma investigação, na última quarta-feira (18), contra o juiz. Segundo o órgão, o procedimento tem prazo de 140 dias e tramita em sigilo.

Fonte: G1/Folhamax