Cuiabá é conhecida como uma das capitais mais quentes do país e já bateu inúmeros
recordes quando o assunto é altas temperaturas. Agora imagine, daqui a cerca de 20 anos, ter que sobreviver sob uma temperatura de até 50°C.
O professor de física ambiental, Sérgio Roberto de Paulo, apontou essa possibilidade durante o evento ‘Caminhos do Conhecimento do Pantanal’, que aconteceu nesta quinta-feira (19) na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ele destacou que as próximas
gerações devem se preparar para um cenário onde irão conviver com temperaturas cada vez mais intensas.
Segundo o especialista, ao contrário do que muitos acreditam, o fenômeno ‘El Niño’ não tem relação direta com esse aumento do calor na região Centro-Oeste. Segundo Sérgio Roberto, os principais fatores que explicam essas altas temperaturas são o quadro mundial de aquecimento global e também o desmatamento da Amazônia.
Sérgio explicou ainda que as chuvas na Amazônia, grandes quantias de agua sobem à atmosfera, irrigando maior parte da produção agrícola e amenizando ondas de calor através das chuvas. “Desmatar a Amazônia significa que teremos menos água chovendo, a cada ano, na nossa região. Com menos chuvas, a temperatura fica mais intensa”, disse.
De acordo com ele, a saída, pode estar na mudança do tipo de agricultura, como o uso de plantações em prédios ou andares, aumentando a produtividade por hectare. O professor também reforça que ações de reflorestamento dos hectares devem ser iniciadas, na tentativa de reverter a tendência de um cenário com temperaturas insuportáveis em até 20 anos.
Cuiabá bateu o novo recorde de calor, na tarde dessa quarta-feira (18), com 42,2°C. A onda de calor que se instala sobre o Centro-Oeste elevou um pouco mais as temperaturas no estado. O último registro de dia mais quente do ano foi feito no dia 11 de setembro, com 41,6°C.
Fonte: Folhamax