A vereadora de Cuiabá Edna Sampaio (PT) não irá apresentar defesa na sessão extraordinária, nesta quarta-feira (11), na Câmara Municipal. Segundo a petista, a sessão que pode cassá-la é “ilegal”.
“Não participarei de uma sessão que é uma sessão ilegal, que é uma sessão de gente irresponsável, que é uma sessão que atropela o devido processo legal, e eu não serei presa da extrema-direita que controla a Câmara Municipal de Cuiabá”, disse a vereadora à imprensa.
Edna responde a um processo na Comissão de Ética por se apropriar da verba indenizatória (VI) de sua ex-chefe de gabinete, Laura Abreu.
“Vou fazer minha defesa no meu gabinete para as pessoas que de fato querem ouvir o que significa. Eu não vou fazer no plenário, porque eu não vou dar palco para ilegalidade”, completou dizendo que montaram um palco para cassá-la.
À imprensa Edna, confessou mais uma vez que pegou a VI da ex-chefe de gabinete, pois ela entende que esse era o certo.
“Que denúncia? O que tem é uma ex-funcionária minha que quer receber a VI como salário e vereadores legitimando isso e por isso estou sendo cassada. Que absurdo é esse? O certo está errado e o errado está certo?”, questionou.
A sessão extraordinária foi convocada, na segunda-feira (9), pelo presidente da Casa de Leis, vereador Chico 2000, devido ao feriado do dia 12 de outubro.
A Comissão de Constituição Justiça e Redação (CCJR) da Câmara aprovou, de forma unânime, o relatório da Comissão de Ética que pediu a cassação da petista.
Relembre o caso
O caso começou no dia 3 de maio, após denúncia veiculada na imprensa. Vieram à tona prints de comprovantes de transferências bancárias, mensagens em áudio e conversas por WhatsApp que atestaram o envolvimento da vereadora no esquema.
Um áudio mostrava o marido da vereadora, Willian Sampaio, cobrando que a então chefe de gabinete fizesse a transferência do dinheiro para a vereadora. Posteriormente, em oitiva na Comissão de Ética, Laura disse que o dinheiro era transferido em sua totalidade para uma conta em nome da parlamentar.
Segundo Laura, ela só se deu conta de que algo estava errado com o modo como o dinheiro era tratado durante a gestão do gabinete da vereadora quando leu uma reportagem sobre o caso de sua demissão, enquanto estava grávida, que apontava seus rendimentos como sendo formados por R$ 7 mil de salário e R$ 5 mil de verba indenizatória. Segundo ela, só recebia 70% desse valor do salário e sempre devolveu a VI.
Fonte: Repórter MT