A Polícia Civil cumpriu nesta sexta-feira (6), em Nortelândia, mandado judicial de busca e apreensão contra uma advogada e ex-assessora judiciária, suspeita de extorquir um magistrado estadual. A mulher, de 43 anos, foi exonerada do cargo no primeiro semestre deste ano.
Durante o cumprimento do mandado, com apoio da Delegacia de Arenápolis, ela teria avançado contra a equipe policial. De acordo com a Polícia Civil, a investigada traçou um plano criminoso com o objetivo de extorquir R$ 1,5 milhão do magistrado com quem trabalhou.
Para isso, ela teria tentado convencer mais dois assessores jurídicos do mesmo gabinete a participar de seu plano.
A intenção da investigada, segundo ela mesma teria confessado aos antigos colegas de trabalho, era iniciar uma campanha difamatória e sabotar procedimentos do magistrado a fim de gerar problemas graves para ele junto à Corregedoria Geral de Justiça. Em seguida, ela o extorquiria na quantia de R$ 1,5 milhão que, segundo afirmou, seriam divididos entre ela e os dois assessores que tentou cooptar.
Conforme o material coletado na investigação e demonstrado nos diálogos mantidos por ela, a ex-assessora tinha crença em sua impunidade e chegou a descrever como faria a sabotagem dos procedimentos judiciais presididos pelo magistrado.
Ameaças
Como a vítima não efetuou nenhum pagamento e exonerou a investigada, ela teria feito ameaças e também aos servidores que não quiseram participar do plano criminoso. Em áudio enviado aos dois assessores, ela afirma que, caso seu plano seja revelado, também irá difamá-los.
A investigação apurou também que no início de agosto, a investigada ingressou com petições em todas as sindicâncias em que a vítima é parte, contestando as defesas e imputando ao magistrado atos que, conforme foi apontado, ocorreram pela conduta da ex-assessora.
Histórico
Antes de trabalhar em Mato Grosso, ela foi analista técnico-jurídico da Secretaria de Estado e Defesa Social de Minas Gerais. Em 2012, foi submetida a uma Sindicância Administrativa que culminou com a perda do cargo por inassiduidade habitual no serviço público.
Posteriormente, ela alterou seu nome judicialmente, o que permitiu que a suspeita cometesse, em ao menos cinco ocasiões, o crime de falsidade ideológica em documento público. Em Mato Grosso, a investigada exerceu o cargo de assessora em cinco comarcas e foi apurado que ela usou informação falsa na declaração apresentada ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso, pois durante o período em que exerceu o cargo de assessoria jurídica, também atuou como advogada, mesmo legalmente impedida.
“O Tribunal de Justiça também exige, para formalização da posse, declaração de não-exercício da advocacia. Logo, a investigada cometeu diversos crimes de falsidade ideológica relacionada ao tema, considerando que também lançou informação falsa em declaração prestada”, explicou o delegado responsável pela investigação, Bruno França.
Fonte: Midianews