Uma ideia inusitada levou o empresário Antônio Araújo a construir um castelo no meio do Cerrado mato-grossense. Para realizar o sonho da neta, de 12 anos, a construção de pedra foi levantada com 1 mil metros quadrados, na região de Diamantino (a 200 km de Cuiabá), e recebeu o nome de Castelo da Caixa Furada. A obra é feita de pedras, concreto, mármore e granito e recebe visitantes “curiosos” todos os dias.
“Quando eu comprei essa fazenda, ela não tinha valor nenhum, pois tinha muitas pedras. Meus amigos até começaram a brincar e falar que eu ia ter que montar uma pedreira no local e que não tinha muito o que ser feito na área. A minha neta, que tinha 10 anos na época, pediu para eu fazer um castelo para ela e disse que sonhava em ser a menina do castelo. Isso começou com uma brincadeira, comecei a desenhar o castelo, mas depois a brincadeira saiu do papel”, narra Antônio, conhecido na região como Paulista.
A construção começou há três anos, em agosto de 2020, e tem três andares. No castelo, são oito suítes, três cozinhas, cinco salas e um salão de festas.
“Ficou de um jeito que dá para ver a paisagem e o sol de todos os lados, há sol em alguma parte do dia em volta de todo o castelo, do nascer ao pôr do sol. Fora a paisagem que dá para ver daqui, do alto. É uma coisa linda”, conta Paulista.
Ele conta que a princípio, construiu o imóvel para morar com a família, mas que como o local começou a receber muitas pessoas, teve que começar a fazer alguns ajustes e no momento moram ao lado.
“Todo dia recebe cinco, seis carros aqui para conhecer o castelo. Tive que mudar a escadaria, pois as pessoas acabavam passando por dentro de casa para acessar o andar do salão de festas, por exemplo. Eu fiquei estudando uma forma de resolver isso e a maneira foi construindo uma escadaria de pedra pelo lado de fora”, explica.
Isso porque Antônio começou a alugar o salão de festas para eventos e aniversários. Ele ainda pretende fazer outras melhorias para o castelo ficar ainda mais bonito.
“O dinheiro acabou para a obra, então por enquanto estou dando um tempo. Só com os maquinários para levantar as pedras gastamos R$ 300 por hora. Já tivemos ajuda, por exemplo de uma pedreira de Cuiabá, que deu todas as pedras de revestimento para mim. Isso foi incrível. Mas ainda faltam algumas partes a acrescentar.
Há também um poço artesiano que abastece todo o castelo e tem espaço para muitas possibilidades, tendo até um campo para avião.
O local, despretensiosamente, vem se tornando um ponto de visitas na região e uma paixão de toda a família. “Minha neta ama esse lugar. Ela mora aqui ao lado e, se puder, vem todos os dias aqui”, conta.
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Castelo da Caixa Furada
O nome é uma referência à região da Serra de Caixa Furada, em Diamantino, e veio de um fato ocorrido em 1901, período de disputas entre as cidades de Cuiabá e Diamantino. Um dos pontos escolhidos para construção de uma barricada e observação de tropa inimiga foi o topo da serra. Há relatos de que um vigia diamantinense, encarregado de dar alerta de que a tropa cuiabana estava vindo, com uso de uma caixa (tambor e baquetas), bateu com tanta força na caixa que rompeu o couro do instrumento musical furando-o, permitindo, desta forma, que um assunto extremamente sério se transformasse uma brincadeira, que originou o nome de uma serra e de uma cachoeira.