O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) processou a vereadora Maysa Leão (Republicanos) pelo crime de calúnia em decorrência do episódio em que Cattani, em tese, associou a parlamentar à defesa de estupradores. O deputado também encaminhou ao presidente da Câmara de Cuiabá, Chico 2000 (PL), pedido de instauração de processo administrativo contra Maysa por quebra de decoro parlamentar. Ambos os documentos são desta quinta-feira (31).
No “contra-ataque”, Cattani argumenta que Maysa atacou sua honra ao afirmar que ele permitiu que terceiros desejassem que a vereadora e a filha dela fossem estupradas e que difamou a atuação política da parlamentar. Segundo o deputado, ao fazer tais afirmações, a vereadora está atribuindo a ele condutas que não praticou.
A defesa de Cattani também acusa Maysa de não ter tentado resolver a celeuma com o deputado antes de levar o caso às redes sociais e à tribuna da Câmara de Vereadores, além de solicitar providências da Assembleia Legislativa. Na peça os advogados afirmam que a tentativa de contato via redes sociais foi insuficiente visto que o parlamentar conta com um vasto número de seguidores e não consegue acompanhar todas as mensagens.
“A Vereadora tem meios para contatar o deputado pelo Gabinete em seus números oficiais, e mesmo assim, não fez, limitando-se a dizer “que tentou falar pelas redes sociais”, deixando evidente que sua intenção não era a de excluir/censurar comentários negativos (que podem e devem ser responsabilizados, cada um por seus atos), mas sim, de atacar, odiosamente, a reputação do Deputado Gilberto Cattani, em flagrante conduta incompatível com o decoro parlamentar, atacando, inclusive, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, ao dizer que a Casa Estadual de leis “passa pano para agressor”, em outro ataque pessoal a honra, reputação e dignidade do Deputado”, diz trecho.
O deputado também nega que tenha manipulado o vídeo onde ele e Maysa debatem a hipótese da castração de estupradores de modo a parecer que a vereadora defendeu os criminosos. Segundo a defesa de Cattani, nenhum trecho foi cortado e nenhuma fala foi adulterada ou retirada de contexto.
Isso porque Maysa questiona um corte de uma entrevista a um podcast em que ambos participavam. Para ela, Cattani publicou o corte da conversa de maneira proposital para prejudicá-la.
“Não bastasse, além de a querelada imputar ao querelante de forma falsa fato definido como crime, fez questão de dar irrestrita divulgação em suas redes sociais: Facebook, Instagram, propagando o conteúdo, manchando a reputação, a honra e a imagem do querelante a cada minuto que ali permanece a postagem”, reforça.
Ao final, o deputado indica uma lista de testemunhas para produção de provas do processo e pede o oficiamento da Câmara de Cuiabá sobre os trâmites da ação criminal.
POLÊMICAS COM MULHERES
Essa não é a primeira vez que o deputado estadual Gilberto Cattani emplaca uma polêmica envolvendo seu trato com as mulhere. Atualmente, o parlamentar enfrenta a fase final de um processo na Comissão de Ética da Assembleia por ter comparado a gestação de mulheres às das vacas. A fala foi considerada misógina por entidades da sociedade civil.
Em 2021, Cattani também entrou numa queda de braço com a vereadora petista Edna Sampaio que o acusou de homofobia e acabou perdendo a batalha na Justiça. À época, a vereadora questionava uma publicação nas redes sociais do deputado com os dizeres “Ser homofóbico é uma escolha. Ser gay também”. (HNT)