A irmã Deonilde Maria Laurini, que morreu em fevereiro de 2022, aos 83 anos, possui uma história um tanto incomum dentro do catolicismo. Ela se tornou freira após o marido morrer. O casal ficou 36 anos casado e teve oito filhos.
Em 1989, irmã Deonilde e a família, que viviam no interior de Goiás, se mudaram para Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá. Após a morte do marido, Waldemar Paulo Laurini, ela recebeu um convite para se tornar freira.
Segundo familiares, isso ocorreu por volta de 2002, quando Deonilde já tinha mais de 60 anos. Ela aceitou o convite para ingressar no convento das Irmãs Discípulas do Divino Pastor (IDDP), em Diamantino (MT).
Os filhos contam que mesmo antes de se tornar freira, ela já era voluntária frequente em projetos das igrejas. Eles afirmam que Deonilde já ajudava as comunidades em Tangará da Serra, só não havia sido consagrada ainda.
Irmã Deonilde junto aos seus filhos e netos — Foto: Reprodução
De acordo com a filha Cleiva Laurini Dummel, em seis meses a irmã completou o processo de noviciado e logo em seguida fez os votos para se tornar freira.
“No começo, nós, filhos, ficamos assustados e com medo de perder a convivência dela. Ao mesmo tempo, tínhamos consciência que ela ficava muito tempo sozinha, já que todos somos casados e temos nossas famílias. Então, por fim, achamos que seria bom para ela e que ficaria feliz”, contou.
De acordo com a irmã Flávia Luiza, responsável pela comunicação na Congregação das Irmãs Discípulas do Divino Pastor, o fato de Deonilde já ter vivido uma vida em família, de ter experiência com o matrimônio e com educação dos filhos, ajudou bastante no atendimento às famílias das comunidades.
Flávia também explica que essa abertura para viúvas e mulheres a partir dos 40 anos não ocorre em todas as congregações. Segundo ela, é preciso que a pessoa tenha um perfil vocacional e que nem todas se adaptam ao estilo de vida.
Fonte: G1 MT