A mãe de uma ex-aluna do Colégio Coração de Jesus, um dos mais tradicionais de Cuiabá, denunciou à Polícia Civil que a filha, de 9 anos, estava sofrendo perseguição e bullying de uma professora do Ensino Fundamental. A menina, que começou a ser alfabetizada pouco antes da pandemia, apresentou dificuldades de aprendizado, que se agravou durante o período em que os estudantes tinham aulas online.
“Quando voltaram para o presencial, a dificuldade persistiu. Avisamos a escola, que não deu nenhum suporte. Tivemos a orientação e procuramos uma psicopedagoga. Depois de meses de acompanhamento, o laudo apontou que minha filha não tinha nenhum problema que pudesse explicar a dificuldade, foi aí que surgiu a questão emocional”, disse ela ao Gazeta Digital.
A partir daí, a mãe procurou uma nova profissional para acompanhar a filha. No começo do ano letivo de 2023, a menina passou a se comportar de forma estranha. Ganhou peso e chorava bastante. Uma psicóloga afirmou que durante as sessões, ela não falava sobre a vivência dentro do colégio.
Outro fato que chamou a atenção dos pais foi de que a menina apresentou avanços nas atividades extraclasses, mas na escola não. Depois de uma série de episódios, a mulher começou a ouvir relatos de que crianças com dificuldade no aprendizado estavam sendo perseguidas pela professora.
“Ela chamava as crianças de caramujo, de lesma, lerda, que não conseguia fazer as tarefas e até as expulsavam de sala alegando que todo mundo iria ver que eles não sabiam fazer as lições. Em um áudio gravado, a professora dizia que minha filha e um colega não sabia fazer nada e eram os que davam mais trabalho”.
Procurada pela mãe, a escola afirmou que ‘era para confiar na professora’ e que ela não seria tirada da sala. Diante dos fatos, a mãe decidiu trocar a filha de escola. “Ela foi bem acolhida em uma nova escola e já apresenta outro comportamento. No Coração de Jesus, os livros e os cadernos eram todos em branco. Ela já evoluiu”, disse.
Além da polícia, o caso foi levado à Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e também para o Conselho Tutelar. A menina já prestou depoimento. Ao todo, até agora 5 mãe de estudantes da sala da criança já procuraram o mesmo advogado para relatar casos parecidos.
Outro lado
Em nota, o Coração de Jesus afirmou que o caso pontual não reflete a postura da escola e que está atenta para qualquer implicação.
“Sempre primando pela oferta dos melhores serviços à educação Mato-grossense, vemos nesse momento a necessidade de reforçar que
– Sempre optamos pela discrição e bom senso para resolver situações internas e/ou externas, pois isso se deve ao respeito pela privacidade de envolvidos e seus contextos.
– Cada caso tem sua implicação e consequências, que serão sempre analisadas pela nossa equipe multidisciplinar para que prevaleça o bem estar de todas as partes”, diz a nota.
Fonte: Gazeta Digital