O Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) ofereceu denúncia contra a empresária Fabíola Cássia Garcia, moradora do condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá. Ela, que teve a casa invadida pelo delegado Bruno França Ferreira, da Polícia Civil, em novembro de 2022, é acusada de perseguição, crime que tem pena de seis meses a dois anos de prisão, contra um enteado do delegado.
A denúncia será avaliada pelo juízo da Primeira Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá. A denúncia é assinada pelo promotor de Justiça Anderson Yoshinari Ferreira da Cruz e foi oferecida no último dia 17 de julho e, por ter sido cometida contra um adolescente, a empresária pode ter a pena aumentada.
O documento aponta que Fabíola teria passado a perseguir J.M.M.A.B., enteado do delegado, por acreditar que o mesmo estaria envolvido em uma agressão cometida contra seu filho. De acordo com a denúncia, o filho de Fabíola teria sido agredido nas imediações de um condomínio de luxo, na capital, e que a empresária atribuiu a autoria das agressões ao enteado do delegado, juntamente com outros adolescentes.
Em depoimento, J.M.M.A.B. contou que passou a ser perseguido psicologicamente por diversas vezes pela mulher, que passava com o seu carro e o ameaçava em voz alta, de uma forma que a vítima pudesse ouvir. O órgão ministerial narrou que em uma das oportunidades, em outubro de 2022, a mulher foi até a quadra de futebol do condomínio, onde o jovem estava, e ao se aproximar, passou a chamar o adolescente de ‘covarde’ e ‘p** no c*’.
Em uma oportunidade, segundo a denúncia, a mulher foi até Rondonópolis, onde acontecia um evento da escolinha de futebol que J.M.M.A.B. frequentava, para encontrar o adolescente, chegando a perguntar ao treinador onde o mesmo estava, sendo informada que ele não tinha viajado. “Mesmo assim, aproveitando-se da oportunidade, Fabíola Cássia disse que o ofendido teria agredido seu filho e isso não ficaria assim, dizendo ainda ao professor que não era bom ter um menino igual a ele na escolinha de futebol, que a escolinha tinha que saber o tipo de aluno que ela tinha. Desse modo, é notório que a denunciada teve a intenção de perseguir/denegrir a imagem do adolescente perante o seu professor de futebol e a escolinha em que jogava”, diz trecho da denúncia, que frisou a ameaça a outros três adolescentes.
INVASÃO E PERSEGUIÇÃO
Por conta da confusão entre os adolescentes, o padrasto de J.M.M.A.B., o delegado Bruno França Ferreira, invadiu a residência da empresária para a ameaçar e xinga-la. O episódio foi registrado por câmeras de segurança da casa da mulher, que flagraram a entrada do policial civil juntamente com três agentes do Grupo de Operações Especiais.
Na ocasião, o delegado afirmou que estaria cumprindo uma ‘prisão em flagrante’ por conta do descumprimento da medida protetiva aplicada contra a empresária. As imagens mostraram que o policial esmurrou a porta até que ela fosse arrombada e, armado, ordenou que todos da residência se deitassem no chão, chegando a assustar uma criança, que começou a chorar desesperadamente.
Câmeras de segurança do condomínio confirmaram a versão do adolescente de que era perseguido pela empresária. Em uma das imagens, a mulher aparece parada, ao lado da quadra do complexo residencial, e quando avista o jovem, parte para cima dele. No entanto, não é possível saber o que foi falado naquele momento pela suspeita. Fonte: Folhamax
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