Diferente do que está acontecendo em Várzea Grande, as obras do Ônibus de Transporte Rápido (BRT) não têm previsão para começar em Cuiabá. O modelo de mobilidade urbana vai ocupar o mesmo espaço que foi aberto na região metropolitana para instalação do extinto Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Para a imprensa, o governador comentou que há alguns detalhes do projeto que precisarão ser revisados pela empresa que vai construir a infraestrutura necessária para que os ônibus possam transitar no corredor.
“Houveram alguns problemas na aprovação dos projetos entre a Sinfra [Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística] e o Consórcio. Nossos técnicos, corretamente, estão sendo muito rigorosos para exigir aquilo que estabelece o edital, mas parece que já foram sanadas essas dúvidas e já estão se preparando para iniciar também”, disse.
Em Várzea Grande, o projeto segue em andamento acelerado. Nesta semana, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) emitiu licença para instalação do modal do BRT na cidade, em uma extensão de 8,724 km.
No mês passado, o secretário de Infraestrutura, Marcelo de Oliveira, disse que aguarda a chegada do documento para análise para, dentro do prazo de 60 dias, fazer o anúncio do começo dos serviços preliminares para instalação do novo modal na capital.
Assim que a documentação for entregue ao governo, o cronograma de obras será debatido com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) para elencar os pontos de intervenção a ser instalados na cidade.
ENTRAVE
Para que as obras iniciem na capital, o governo vai precisar de uma autorização da prefeitura. É o que determina uma lei municipal e o que defende o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), adversário político do governador e contrário à instalação do BRT.
Ele comentou que até o momento recebeu do Estado uma proposta de intenção para instalação do projeto, mas nada do documento em si para que os técnicos municipais possam analisar antes de começar a obra.
“É bom entregar o projeto. Porque, aí, nós temos que analisar”, destacou Emanuel sem fazer nenhum tipo de comentário de que vai facilitar ou não o início da instalação do sistema.
ELEFANTE BRANCO
A novela do VLT se estende desde 2014, quando o modal deveria ter sido entregue para a Copa do Mundo. O projeto já consumiu mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos e foi alvo de operação. Em 2017, após indícios de irregularidades, o Estado rescindiu o contrato com o consórcio VLT Cuiabá/Várzea Grande.
Três anos depois, após estudo, o governo decidiu mudar o modal e em abril do ano passado divulgou a empresa vencedora do certame que será responsável pela realização das obras do BRT, no valor de R$ 468 milhões.
Fonte: Estadão de MT