Mãe chora e diz que sente ‘pena’ de assassino do filho

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A primeira audiência sobre a morte do adolescente João Victor Mamorê, 16, foi realizada na tarde desta quinta-feira (6), na 14ª Vara Criminal de Cuiabá, presidida pelo juiz Jurandir Florêncio de Castilho. Prestaram depoimento os pais e amigos que presenciaram o assassinato de João, em 2019. Mãe da vítima, Jaqueline Mamorê, disse ao Gazeta Digital, que sente “pena” de Claudiomar Martins de Figueiredo, apontado como autor dos disparos.

Adolescente foi morto a tiros por Claudiomar em uma praça de vilarejo de Acorizal (62 km ao norte de Cuiabá), conhecido como Baús. No momento do homicídio, João estava sentado em um banco da praça com dois amigos: Wellisson e Maquerra. Ambos prestaram depoimento na tarde desta quarta.

Mãe relatou que não queria nem ter ido à audiência, mas como foi arrolada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) para ser ouvida, precisou estar presente. Para ela, reviver o caso e ouvir da boca de quem presenciou o crime relatando como o filho foi morto é dolorido.

“Não queria nem ter vindo, não queria nem entrar na sala. Mas, ao mesmo tempo, mesmo que seja difícil ouvir os relatos, eu não queria ficar na angústia da dúvida sem saber como realmente ocorreu tudo ouvindo pela boca de todos os que estavam no momento do crime. O Claudiomar eu tenho pena dele. É um menino usuário de drogas. Não sei por que está assumindo o crime sozinho”, disse Jaqueline.

São acusados pelo crime Claudiomar Martins de Figueiredo, apontado como o autor dos disparos, Reginaldo Rosa, o mandante do crime, e Moacir Galdino da Trindade, coautor. Eles ficaram detidos por 60 dias, apesar de fortes indícios que os incriminam, aguardam o julgamento em liberdade.

Durante depoimento, os amigos de João Victor relataram que ele era um “menino gente boa” e nunca o viram envolvido com drogas, roubos ou qualquer outro tipo de crime. Um deles, Wellisson disse que na época ficou abalado com a morte do amigo e chegou a ficar “depressivo”.

“Não tem como esquecer, eu sei o que eu vi e ouvi. O que eles fizeram [apontando aos réus] não tem cabimento. João era um menino bom, respeitoso, amigo de todo mundo, adolescente. Assim como vocês, eu também queria saber qual foi à motivação de matar ele”, lamentou em depoimento.

Naquerra, também amigo de João, teve a narração parecida com o do Wellisson, bem como a personalidade da vítima. Naquerra confessou que, na época, era usuário de drogas e fumou algumas vezes com o autor dos disparos, o Claudiomar – mais conhecido como “Cacau”.

Relatou ainda que, minutos antes de cometer o crime, Cacau o disse que Reginaldo – dono da padaria no vilarejo -, tinha pedido para matar João Victor. No entanto, segundo ele, não deu tempo nem de tentar impedir e Cacau sacou a arma e disparou contra a vítima.

“Eu conheço ele [Cacau]. A gente fumava juntos, mas hoje não fumo mais. Eu estava sentado na praça, ao lado de João Victor, quando Cacau disse: ‘Então vai morrer’. E logo em seguida deu um disparo no rosto, João caiu no chão e depois terminou de disparar os tiros nas costas dele no chão”, relatou.

Audiência foi suspensa por pedido do advogado de Reginaldo para tentar localizar outra testemunha de defesa. Data será informada em breve.

Fonte: Gazeta Digital