O Hospital Municipal São Benedito completou nesta quinta-feira (21), um ano de funcionamento, alcançando mais de 3 mil cirurgias realizadas, principalmente nas especialidades de ortopedia e neurocirurgia, zerando a fila de espera desses procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse curto período, a unidade de saúde tronou-se uma referência em Mato Grosso e também vem obtendo destaque nacional. Além das cirurgias foram realizadas mais de 12 mil consultas ambulatoriais, 15 mil exames de imagens e mais de 70 mil exames laboratoriais.
Desses números, 68% foram serviços prestados a pacientes do interior do Estado, confirmando a proposta de atendimento universalizado do hospital. Outro marco deste um ano, foi a realização da primeira cirurgia do Mal de Parkinson em Mato Grosso, com 100% de cobertura pelo SUS.
O diretor-geral da Empresa Cuiabana de Saúde Pública, que administra o hospital, Jorge Lafetá, explanou sua satisfação com os resultados de um ano de trabalho. Ele destacou o empenho da equipe em cumprir com a proposta inicial da unidade.
“A unidade foi inaugurada com uma proposta de ser um hospital cirúrgico e diluir as demandas jurídicas do nosso Estado, buscando zerar a enorme fila de espera do SUS e amenizar a grande demanda do nosso pronto-socorro, que apesar de municipal, recebe pacientes de todo Estado, ocasionando uma superlotação, já não suportada pela estrutura. E hoje, fechando um ano de funcionamento, podemos comprovar com números, a grande conquista em saúde do nosso Estado e dizermos com convicção, que estamos cumprindo com a proposta inicial e podemos seguir nesse caminho, buscando mais melhorias para nossa população, que pode aguardar por mais novidades,” disse ele.
Lafetá destacou também como elemento principal para a excelência dos serviços prestados em tão pouco tempo, o tratamento humanizado que a equipe mantém com os pacientes. Ele explicou que quando se trata de saúde, os pacientes necessitam, para uma boa recuperação, mais que remédios. “O ponto principal do Hospital São Benedito é o tratamento humanizado que damos aos nossos pacientes. A maioria das pessoas que dão entrada aqui, já percorreu um grande caminho de sofrimento. Alguns são pacientes que estão há mais de cinco anos aguardando por cirurgias. São pessoas já sem esperanças de melhora. Recebê-los, realizar o procedimento cirúrgico e após isso, acompanhá-los, com toda atenção, dilata um sentimento de pertença, de valor. E isso, quando falamos de saúde, é essencial para um bom resultado em todo processo. A sensação de satisfação nos olhos dos pacientes, acompanhantes pelos corredores da unidade é um presente para nós, que lidamos no dia a dia com todos os tipos de doenças, sofrimentos”, frisa.
Satisfação
O empenho da equipe de saúde que hoje é formada por 430 profissionais diretos e 250 indiretos, vem sendo aprovado por pacientes e acompanhantes. De acordo com pesquisa realizada pela Ouvidoria do hospital, em março desde ano, apontou que 89% das pessoas ouvidas consideram ótimo o atendimento, 10% bom e 1% se mostraram indiferentes.
O motorista Wanderley Ferreira da Costa, de 33 anos, internado há 30 dias na unidade em decorrência de um acidente de carro ocorrido no interior do Estado, é um dos que consideram o atendimento como ótimo. Ele conta que desde sua entrada no hospital, sempre foi muito bem tratado, recebendo toda assistência para sua recuperação.
“Nossa, eu só tenho a agradecer essa equipe, desde os médicos até os profissionais da limpeza. São pessoas gentis, que sempre me tratam com muito respeito. Isso com certeza está somando para minha recuperação”, declara Wanderley, que já fez uma cirurgia na coluna e passará por mais duas, sendo uma no ombro e outra no fêmur, ambas na próxima semana.
Sônia Maria Real, de 54 anos, moradora da cidade de Tangara da Serra, acompanhante do seu esposo, Celson Herrero, de 52 anos, parabeniza o hospital pela organização e agilidade nos atendimentos.
“Tenho muito a agradecer pela vida do meu esposo. A rapidez da equipe no atendimento e tomada de decisão nos procedimentos, é de extrema importância para salvar vidas. Uma estrutura que muitos hospitais particulares não possuem. Encontrei acolhimento aqui e isso está sendo maravilhoso para toda família”, ressaltou.
Celson Herrero está internado há mais de 30 dias na unidade, onde passou por uma cirurgia de aneurisma cerebral no dia 15 de junho. Seu estado atual é considerado estável e aguarda alta médica para os próximos dias.
Destaque nacional
O Hospital São Bendito alcançou um outro importante marco em seu primeiro ano de atendimento. Em março deste ano, o hospital foi notícia nacional ao realizar a primeira cirurgia do Mal de Parkinson em Mato Grosso, num hospital público, com 100% de cobertura pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Jucineide Dias, na época com 47 anos, sofria com a doença há 10 anos e já tinha passado por várias unidades de saúde dentro e fora do Estado, como na clínica da Universidade de São Paulo, onde descobriu que sofria da doença e já em estado avançado.
Em fevereiro Jucineide foi encaminhada para o Hospital São Benedito e começou o acompanhamento com a junta médica, para a cirurgia, que foi realizada na primeira semana de março. O procedimento durou mais de 7 horas e foi realizado por três médicos neurocirurgiões, consistiu na implantação de um sistema de estimulação profunda no cérebro da paciente, que modula a atividade elétrica das estruturas profundas do cérebro. O sucesso da cirurgia já foi notado após de 10 horas do procedimento. Jucilene já dava sinais de pequenos movimentos, como dar alguns passos e segurar o copo de água. Na época, o neurocirurgião Jony Soares Ramos explicou que o procedimento não trazia uma cura da doença e sim um tratamento de controle dos sistemas motores da doença.
Hoje, com 48 anos, Jucineide se recupera bem. Ela já caminha e faz suas refeições sozinha. “É uma alegria imensa falar sobre minha cirurgia. Eu sempre me emociono. Minha famíli sabe o quanto minha vida melhorou após algumas horas do procedimento. Eu quero mais uma vez, agradecer a toda equipe que cuidou de mim e ainda cuida. Quero dizer que devo tudo isso ao cuidado e dedicação que sempre me ofereceram. Se hoje estou assim, tão bem, devo a essa disposição de vocês. Muito obrigada”, agradeceu.
Jucineide faz acompanhamento com a equipe médica de 15 em 15 dias. E nas próximas semanas ela começa o tratamento com fonoaudiólogo para recuperação total da voz e também iniciará a fisioterapia, acelerando a recuperação dos movimentos.
Segundo Jorge Lafetá, todo procedimento custou para o município mais de R$16 mil. Caso fosse realizado por meio judicial iria custar aproximadamente R$ 450 mil. “O Hospital conta com um laboratório de neurocirurgia funcional, com equipamento de alta qualidade. Hoje, conseguimos uma economicidade fantástica com essa estrutura. Deixamos de repassar milhões na base de judicialização e conseguimos investir esta economia em melhorias para saúde do município”, explica.
Próximos avanços
O hospital está se preparando para iniciar a realização de cirurgias cardíacas de torocotomia e a instalação do aparelho de hemodinâmica. Segundo o diretor do hospital, este aparelho trata uma variedade de doenças cardíacas, neurológicas e vasculares periféricas.
“Muitas patologias que até recentemente podiam ser abordadas apenas por meio de cirurgias de grande porte, hoje podem ser tratadas com este aparelho, através da inserção de dispositivos e cateteres, orientados pela angiografia. A gestão atual acreditou na transformação da saúde e está caminhando para o progresso dela. Só tenho a agradecer por fazer parte desses marcos com toda essa equipe maravilhosa. E espero nos próximos anos, que essa estrutura se amplie e tenhamos mais recursos para atender nossa população”, finalizou Jorge Lafetá.