Um pastor de Chapada dos Guimarães (64 KM de Cuiabá), vítima de um “casal de pastores fake”, suspeitos de pirâmide financeira, conseguiu impedir a transferência de seu imóvel na justiça. A propriedade, localizada na Avenida das Torres, em Cuiabá, foi utilizada num “negócio” proposto por F. L. M. M., que se apresentava como um pastor de uma igreja evangélica na Capital e que é suspeito de aplicar golpes em diversas vítimas em Cuiabá e em Mato Grosso.
A história do pastor foi contada pelo Folhamax, que também denunciou em primeira mão o casal Flávio Leite Martins Mendes e Marina Baricelli Mendes, suspeitos de aplicar o golpe da pirâmide financeira. Segundo a vítima, o imóvel foi disponibilizado sob a promessa de ganhos mensais de 1,12% sobre o valor atribuído ao bem – que seria de R$ 900 mil.
Os dividendos garantidos, vendidos pelo casal de “pastores fake” como de baixo risco, mas com ganhos de alto risco, renderia ao pastor vítima do golpe o montante mensal de R$ 18,8 mil a partir de outubro de 2022. Após 2 anos, conforme F. L. M. M. lhe havia prometido, a propriedade, colocada à disposição da Zion Smart Business, de propriedade de F., seria “devolvida” ao seu proprietário.
O pastor de Chapada dos Guimarães, porém, revela que recebeu apenas dois meses do valor prometido e que seu imóvel já havia sido utilizado numa negociação com um advogado de Santa Catarina. Emocionado, ele deu os detalhes do golpe à reportagem numa matéria que foi ao ar no último dia 15 de fevereiro.
“Vendi uma casa na Bahia, comprei esse imóvel em quatro parcelas mensais. Ao longo de 10 anos que eu voltei da Bahia, eu abdiquei de férias, 13º, toda vez que eu alugava o imóvel por um ano, eu investia nele para melhorar a condição dele. Depois comprei uma pequena chácara em Chapada dos Guimarães. Todo o trabalho da minha vida esses bandidos estão tomando de mim”, disse ele à reportagem.
A “Justiça Divina” do embate entre o pastor de Chapada dos Guimarães e o casal de “pastores fake”, parece ter “ungido” o Poder Judiciário de Mato Grosso. No último dia 24, a juíza da 10ª Vara Cível de Cuiabá, Sinii Savana Bosse Saboia Ribeiro, impediu a transferência do imóvel, mantendo-o no nome da vítima até o julgamento de mérito da questão.
“Vê-se que o contrato supracitado foi firmado entre os autores e a parte requerida, que possui como capital social o imóvel, à princípio, realizado sem a anuência do autor e proprietário, o que demonstra a probabilidade do direito”, reconheceu a magistrada. Ao menos 90 boletins de ocorrência já teriam sido registrados contra o casal de “pastores fake”. F. L. M. M costumava gravar “mensagens religiosas” e também de “superação”. Numa delas, ele diz esperar as pessoas no ‘topo’.
Até o fim de janeiro, de 2023, o casal era suspeito de golpes de R$ 6 milhões contra as vítimas.
Fonte: Folhamax