Sesp suspende curso após denúncia de tortura e importunação sexual

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Uma policial penal denunciou ter sofrido importunação sexual por parte de outros agentes, durante um curso do Grupo de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário da Polícia Penal (GIR). Após a denúncia, a mulher ainda teria sofrido tortura por parte dos abusadores que usaram gás lacrimogêneo e outros artifícios de “controle de multidões”.

Em razão dos crimes cometidos, a Secretaria de Estado Segurança Pública (Sesp) suspendeu o curso.

Em um áudio gravado pela vítima, que veio a tona neste sábado (04), ela relata que em dada situação um agente teria passado a mão em seu corpo, outra vez ela teria sido espionada pelo mesmo policial.

“Ele já havia passado a mão em mim, no meu corpo e eu fiquei quieta. Outra vez ele tinha ido me espionar tomar banho no banheiro e eu fiquei quieta. E por último, ele foi na janela e abriu para espionar a gente trocar de roupa pelada”, relatou a vítima, se referindo ainda a outras cinco mulheres que estavam na base, onde ocorria o curso.

Após realizar a denúncia de importunação sexual, a vítima teria sido vendada e torturada por três policiais penais, nenhum deles seria o agente que abusou dela.

“Bateram no meu rosto, queimaram meu rosto com gás o tempo todo. Jogaram gás no meu rosto o tempo todo, jogaram a espuma, mais de dois litros em mim. Queimaram meu rosto, minha boca porque eu registrei… eu não sou criminosa, eu sou a vítima”, disse a policial penal.

Além de suspender o curso, a Sesp afirmou que procedimento administrativo será instaurado para apurar a denúncia. A Polícia Civil também investiga o caso.

Confira a nota da Sesp na íntegra:

A Secretaria de Estado Segurança Pública (Sesp) esclarece que já determinou a imediata suspensão do curso do Grupo de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário da Polícia Penal e que irá instaurar procedimento administrativo para apurar a denúncia.

Além disso, a Polícia Judiciária Civil já abriu inquérito para investigar o ocorrido, sendo que até o momento duas pessoas já foram interrogadas e liberadas.

O Governo de Mato Grosso reforça que não coaduna com nenhum tipo de abuso de autoridade ou assédio de qualquer natureza.

(Repórter MT)