Lotado de lama, com água e barro cobrindo todo o chão, em um cenário longe de representar um conjunto habitacional pronto para receber novos moradores. Esse foi o cenário apresentado pelo deputado federal Abilio Brunini (PL) em relação ao residencial Celina Bezerra, em Rondonópolis, que foi entregue pelo presidente Lula (PT), pelo governador Mauro Mendes (União) e pelo prefeito Zé Carlos do Pátio (PSB) nesta sexta-feira (3).
Abílio fez uma fiscalização ‘in loco’ um dia antes da entrega do residencial, na quinta-feira (2). No momento da vistoria, chovia e todo o chão do local estava coberto de lama, demonstrando um possível problema crônico de dragagem.
“Olha a situação de drenagem dessa obra. Olha o jeito que a obra está. Olha a dignidade. Olha a circunstância. Veja se isso é dignidade. Olha a água entrando no meio dos prédios. Toda essa lama. Esse é o dia a dia das pessoas que vão morar aqui”, criticou.
Ao mesmo tempo, equipes trabalhavam na montagem do local para receber o presidente Lula na primeira visita oficial a Mato Grosso no terceiro mandato à frente do governo Federal. Entre outras coisas, ainda estavam terminando de entregar o tapete de grama.
Abílio ainda tentou entrar no evento em que o presidente Lula compareceu nesta sexta, mas acabou saindo escoltado diante da represália de apoiadores do petista.
As 1.440 unidades do Residencial Celina Bezerra tiveram construção iniciada em 2013, com recursos provenientes do programa Minha Casa Minha Vida, durante a gestão Dilma Rousseff (PT). Elas faziam parte das 186 mil casas populares da faixa atrasadas após uma série de paralisações.
Especificamente no caso do Celina Bezerra, as obras foram retomadas pelo prefeito Zé do Pátio com envio de recursos ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e do governador Mauro Mendes e concluídas no primeiro mês da gestão Lula.
As unidades entregues compõem a etapa 1, 2, 3, 8 e 9 do residencial. As etapas 4, 5, 6, e 7, paralisadas desde junho de 2017, estão em processo de retomada, com as tratativas sendo realizadas pelo Banco do Brasil com o intuito de contratar nova construtora.
Abilio, no entanto, acusa esse tipo de inauguração por etapas como uma forma de entregar obras não terminadas. (Leiagora)