A PJC (Polícia Judiciária Civil), por meio do delegado Bruno Sérgio Magalhães Abreu, concluiu o inquérito sobre o acidente entre um ônibus de viagem e uma carreta na BR-163, que deixou oito mortos em 17 de maio de 2022. O relatório aponta que o motorista do ônibus, Edmirson Pereira Campos, cometeu homicídio culposo.
Conforme o relatório da Polícia Civil, peritos da Politec identificaram marcas de frenagem na pista, o que descarta a suspeita de que Campos havia dormido ao volante.
No acidente, morreram: Alfredo Lopes da Silva, Brenda Nunes Ronsoni, Carlos André Fidelis Oliveira Cardoso, Clayton Aparecido da Silva, Deborah Costa de Almeida, Maria Carneiro, Pedro Henrique Rodrigues Leal Pinto e Sidinei de Oliveira Cardoso.
“(…) exclui-se para esta autoridade (…) o fato do motorista ter dormido na hora do acidente pelo cansaço, pois a perícia deixa claro marcas e vestígios dos pneus na pista contrária e na pista do condutor do ônibus, o que mostra que ele estava acordado, senão não teria mudado a direção do veículo”.
A perícia, no entanto, afirma que o motorista invadiu a pista contrária, o que ocasionou a colisão e morte de diversas pessoas. O motorista do caminhão afirmou em seu depoimento que o ônibus invadiu a pista contrária e que tentou escapar do acidente, mas foi “inevitável”.
O delegado conclui dizendo que não exclui o fato de que o motorista estava exausto e com muito sono, “mas assumiu a responsabilidade de dirigir o veículo e mesmo sendo alertado por diversos passageiros para dirigir mais devagar, decidiu continuar”.
Testemunhos
Conforme os depoimentos dos sobreviventes, o ônibus saiu de Cuiabá, sentido Sinop, no entanto, apresentou falha mecânica antes de chegar na cidade de Lucas do Rio Verde.
Nesse momento, as vítimas relataram que o motorista já havia reclamado de sono e que precisava de um café porque estava dirigindo sozinho.
O inquérito foi encerrado em 9 de janeiro e encaminhado ao Poder Judiciário.
Defesa
O advogado Rodrigo Corrijo Freitas, que representa o motorista Edmirson Pereira Campos, informou, em nota, que não concorda com o relatório, pois há inúmeras inconsistências nos fatos investigados.
Acrescentou que a defesa apresentou diversos requerimentos para oitiva de testemunha, perícia do tacógrafo do caminhão envolvido no acidente – que estava vencido, segundo ele – e quesitos a serem respondidos pela perícia, mas que o delegado entendeu que não eram necessários e concluiu a investigação.
O advogado também apresentou ao Ministério Público parecer técnico rebatendo o laudo apresentado pela perícia oficial e pediu o retorno do inquérito à PJC para prosseguir com as investigações. O pedido, de acordo com ele, está em análise.
Vítimas
Entre os mortos no acidente, estão a professora Sidinei de Oliveira Cardoso, 48 anos, e o seu filho, Carlos André, de 11 anos.
Sidinei era professora de português na Escola Estadual Edeli Montovani e Carlos também estudava na unidade escolar.
Fonte: Primeira Página