O delegado titular da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica), Clayton Queiroz Moura, afirmou que as investigações sobre a denúncia de maus-tratos e estupro de vulnerável, realizada na terça-feira (31) por uma mãe de uma criança autista de 4 anos, já foram iniciadas.
A denúncia em questão é contra uma funcionária de um hotelzinho de educação infantil que teria agredido com tapas no rosto, empurrado e estuprado uma criança, dentro da unidade escolar, em Cuiabá. Diante da gravidade dos relatos, as investigações foram iniciadas assim que o boletim de ocorrência foi registrado.
Conforme a mãe já havia informado ao Leiagora, o delegado da Deddica confirmou que o exame de corpo de delito foi expedido e que diligências na escolinha foram realizadas, mas ponderou que os fatos ainda estão sendo apurados e o resultado do exame deverá sair nos próximos dias.
Apesar da severidade da denúncia, o delegado alerta que é preciso muita cautela ao falar sobre a situação sem que a investigação esteja concluída.
Clayton, inclusive, cita como exemplo o caso da Escola Base, no qual os donos de uma escola infantil, bem como o motorista do transporte escolar e uma professora e o marido, foram injustamente acusados pela imprensa de abuso sexual contra alguns alunos.
O caso ocorreu em 1994, em São Paulo, e tomou grandes repercussões por causa da denúncia seríssima e pela série de erros cometidos por parte da polícia e da imprensa, que levaram a escola infantil e a vida dos envolvidos à ruína a partir de situações não apuradas.
“Então é preciso muito cuidado para comentar sobre um caso como esse, isso porque somente o registro do boletim de ocorrência não traduz a verdade da investigação. Somente depois que a gente faz todas as diligências e cerca pelo menos de fato o ocorrido nós falamos alguma coisa. Então, é muito prematuro para concluir alguma coisa”, advertiu Clayton.
Diante disso, a Polícia Civil reforça que, por se tratar de crime contra a dignidade sexual contra vítima ser menor de idade, e para não atrapalhar a investigação, detalhes do caso não serão repassados.
A funcionária denunciada pela mãe da criança ainda não foi intimada para depor e, à medida em que o caso for apurado, novas etapas na investigação serão realizadas.
Fonte: Leiagora