Ícone da televisão brasileira, a jornalista Glória Maria, que faleceu nesta quinta-feira (02.02) aos 73 anos, trabalhou em Mato Grosso em 1990. Já uma profissional consagrada, com quase duas décadas atuando na Rede Globo, Glória trabalhou como repórter na campanha do então candidato ao governo, Agripino Bonilha Filho, que tentava ocupar o Palácio Paiaguás pelo PMDB.
Ele perdeu a disputa, no caso para o hoje senador Jayme Campos (União), que concorreu pelo PFL, Bonilha ganhou uma amiga, classificada por ele como uma pessoa simples, humana, fácil de lidar e uma profissional completa.
Bonilha conta que o responsável pelo marketing na campanha era um amigo do Rio de Janeiro, Álvaro Gurjão, publicitário já falecido, que possuía grande experiência e talento. “Ele era amigo da Glória Maria e fez a sugestão de que ela fosse a repórter da campanha, já que estava saindo de férias da Globo e poderia agregar muito para nós. Fiz as consultas necessárias e conseguimos contratá-la”, disse Bonilha ao PNB Online.
A disputa era muito difícil, relembra Bonilha, diante do favoritismo de Campos. Mas isso não apagou a excelente atuação de Glória Maria que, de ônibus ou avião, percorreu diversos municípios de Mato Grosso. “Ela fazia a minha apresentação nos municípios em que tínhamos agenda. Fazia isso muito bem, sabia das necessidades de cada região, falava das nossas propostas sobre estes assuntos e participava até das reuniões em que debatíamos as estratégias”.
Nos cerca de três meses em que esteve em Mato Grosso, Glória ficou hospedada em um hotel, na região central de Cuiabá, mas a proximidade gerada pela campanha tornou Bonilha, a família dele e a jornalista, amigos. “Ela ia jantar com a minha esposa, se tornou próxima dela mesmo. Em alguns dias, inclusive, ia bem cedo para casa para usar a piscina e cuidar da saúde, algo que ela sempre fez”, explica Bonilha.
O ex-candidato ao governo, que foi vereador por Cuiabá em 1982, sendo o mais votado naquela disputa, classifica a experiência com Glória Maria como positiva sob todos os aspectos. “Foi muito bom ter ela aqui na campanha. Era uma pessoa muito simples, fácil de lidar, que se cobrava muito, cuidava muito da saúde. Como profissional, era completa e competente em tudo o que fez. Lamento muito pela morte dela”.
Glória Maria morreu aos 73 anos, após lutar contra um câncer que começou no pulmão e gerou metástase no cérebro. Carioca, ela começou sua carreira na Rede Globo em 1971 e foi a primeira repórter a entrar ao vivo e em cores no Jornal Nacional. Por nove anos, apresentou, na emissora carioca, o Fantástico e, desde 2010 fazia parte da equipe do Globo Repórter. Ela deixa duas filhas.
Fonte: PNB