O general cuiabano Júlio César de Arruda foi demitido do comando do Exército brasileiro no sábado 21, menos de um mês no posto. Ele foi escolhido para a função em novembro, junto com os ministros do governo de Lula. Mas, antes de todos, o general assumiu o cargo ainda no fim de dezembro após a descoberta de tentativa de explosão de uma bomba próximo ao aeroporto de Brasília, por manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições, acampados em frente ao quartel-geral.
A intenção do governo, com a nomeação antecipada, era que fosse agilizada a retirada dos manifestantes da cerimônia de posse, no dia 1º. Uma semana mais tarde ocorreram os atos de vandalismo de depredação do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal STF.
As apurações até o momento indicam que houve negligência da força de segurança em Brasília em antever a invasão e se preparar para conter os atos. Há suspeita agora de que a situação teria passado pelo general Júlio César.
Conforme o jornal O Globo, Arruda teria “ameaçado” o comandante da Polícia Militar de Brasília, coronel Fábio Augusto Vieira, no dia 8, após a invasão dos prédios públicos. Ele teria perguntado se o coronel pensava em realmente entrar no acampamento para desmobilizar os manifestantes.
Ao receber uma resposta positiva, o então comandante do Exército teria respondido: “Acho que eu tenho um pouco mais de tropa que o senhor, não é?”.
A fala foi interpretada como negativa pelas pessoas ao redor de Lula e acabou abrindo a crise entre governo e Exército que levou à demissão do general Júlio César de Arruda. (O Livre)