Bolsonarista de MT preso por tentar explodir bomba é transferido para Brasília

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O bolsonarista extremista preso por tentar explodir um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília, em dezembro do ano passado, foi transferido de Mato Grosso para Brasília no início da tarde desta quarta-feira (18). Ele deve ser levado para a Penitenciária da Papuda. Alan Diego dos Santos estava foragido desde o atentado e se entregou na delegacia de Comodoro, a 677 km de Cuiabá, nessa terça-feira (17).

Investigação da Polícia Civil apontou que Alan participou da instalação de uma bomba nos arredores do aeroporto da capital federal. Além do atentado, ele é suspeito de participar do quebra-quebra promovido por bolsonaristas em 12 de dezembro, também em Brasília.

Segundo o delegado Leonardo Cardoso, responsável pela investigação, o acusado era um dos líderes do movimento antidemocrático e “uma das pessoas que se mostrava mais disposta aos atos de vandalismo”.

Conforme o depoimento de George Washington de Oliveira Sousa, preso no mesmo dia do atentado por envolvimento no caso, Alan se voluntariou para instalar a bomba em postes. George disse que, em 23 de dezembro, recebeu de uma pessoa, que não conhecia, material que faltava para construir o explosivo.

Com ele, foi apreendido um arsenal com, pelo menos, duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No apartamento, foram encontradas outras cinco emulsões explosivas.

Após a prisão de Alan, o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, que também é o interventor na segurança do Distrito Federal, publicou uma foto do suspeito nas redes sociais e comentou que “a lei será cumprida”.

O criminoso passou por audiência de custódia na manhã desta quarta-feira em Comodora e, em seguida, foi encaminhado para Brasília.

Denúncia

Alan é réu no caso, junto com Washington de Oliveira Sousa e Welligton Macedo de Souza, desde que a Justiça do Distrito Federal aceitou a denúncia na terça-feira (10).

O trio é acusado de envolvimento na tentativa de explosão do artefato instalado em um caminhão-tanque, nos arredores do aeroporto de Brasília. À época, a Polícia Militar foi acionada após o motorista do caminhão perceber o objeto estranho no veículo (veja detalhes abaixo).

A decisão do juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, é de primeira instância e atende denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a partir das investigações da Polícia Civil.

George Washington Oliveira de Sousa, Wellington Macedo de Souza e Alan Diego dos Santos Rodrigues — Foto: Reprodução/Fantástico

George Washington Oliveira de Sousa, Wellington Macedo de Souza e Alan Diego dos Santos Rodrigues — Foto: Reprodução/Fantástico

Segundo a denúncia, eles montaram o artefato e entregaram o material para que fosse colocado no caminhão de combustível por Wellington Macedo. Ao g1, a defesa disse que não vai se manifestar até analisar a decisão da Justiça.

O trio responderá na Justiça pelo crime de explosão, quando se expõe “a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos”. A pena é de 3 a 6 anos de prisão e multa.

No entanto, o Ministério Público considera que é preciso aumentar a pena em 1/3, já que o crime foi cometido tendo como alvo um depósito de combustível.

Já as acusações de atos de terrorismo vão ser enviadas para a Justiça Federal, instância competente para analisar se estão configurados crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Investigação

Os investigadores dizem que o plano foi feito no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, por onde passaram bolsonaristas radicais com ideias golpistas.

Segundo a investigação, a ideia inicial dos criminosos era que o explosivo fosse colocado próximo a um poste para prejudicar a distribuição de energia elétrica na capital. De última hora, a decisão mudou, e o objeto foi colocado no caminhão de combustível, carregado de querosene de aviação.