Co-autor do requerimento que propõe a criação de uma Comissão Externa da Câmara dos Deputados para acompanhar as recentes prisões de manifestantes em Brasília, o deputado federal José Medeiros (PL) vai protocolar no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (12), o pedido de inclusão, no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, de uma investigação de supostos crimes de terrorismo praticados por organizadores e participantes dos protestos realizados em 2017 na Capital Federal.
Na época, a manifestação era contra o governo do então presidente Michel Temer, que assumiu o cargo após o impeachment de Dilma Roussef. Os integrantes do movimento acessaram a Esplanada dos Ministérios, depredaram prédios das pastas, mas não houve invasão às edificações da Praça dos Três Poderes como no domingo.
“Se o entendimento do STF for de que os vândalos infiltrados na manifestação do último domingo são terroristas, então, esse entendimento deverá também se aplicar aos participantes dos atos de 2017. Os fatos são similares. Portanto, precisam ser enquadrados na mesma tese”, afirma Medeiros.
O parlamentar solicita ainda que os participantes e organizadores do ataque ao prédio da residência da ministra Cármen Lúcia, na época presidente do STF, sejam investigados e enquadrados na mesma tipificação dos vândalos que se infiltraram no protesto do último domingo (8).
“Precisamos ampliar as investigações e chegar aos organizadores e financiadores dos protestos violentos de 2017. Além das respostas, os envolvidos naqueles ataques precisam, de fato, serem identificados e responsabilizados. Na mesma forma, que a direita e a população de uma forma geral têm interesse em saber quem são os infiltrados que praticaram vandalismo na manifestação do último domingo e a mando de quem eles agiram”, reforça Medeiros.
O deputado federal afirma que o governo de Jair Bolsonaro atuou dentro das quatro linhas da Constituição Federal respeitando as leis, a democracia e a liberdade, e sempre defendeu o direito à livre manifestação.
“Os movimentos de direita e antipetista defendem e sempre fizeram manifestações pacíficas. Não compactuamos com vandalismo e invasões como as praticadas agora e nos protestos organizados pela esquerda em 2013 e 2017”.
Para Medeiros, o vandalismo praticado por pessoas infiltradas na manifestação antipetista do último dia 8 está sendo usado para intensificar a perseguição contra os adversários do atual governo.
“A esquerda, o PT e seus ‘puxadinhos’ estão tentando calar as lideranças de direita, os milhões de brasileiros que nunca compactuaram com a corrupção instalada no país durante os 14 anos do governo petista”, completa José Medeiros.
2017
Em maio de 2017, manifestações organizadas pela CUT, Força Sindical, MST e partidos de esquerda pediram a saída do ex-presidente Michel Temer. O protesto terminou em vandalismo. Manifestantes usaram bombas caseiras, pedaços de pau, pedras e depredaram o Museu da República, a Catedral Metropolitana e os ministérios do Turismo, Fazenda, Planejamento, Minas e Energia, Cultura e o Ministério da Agricultura. Alguns órgãos públicos também foram incendiados. Na ocasião, as entidades sindicais negaram participação nos atentados e atribuíram os ataques a pessoas infiltradas.