O secretário estadual da Juventude do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso (JPT), Denilson D’arc, e a militante Clarinda Castro foram presos, nesta segunda-feira (12), por filmarem policiais militares interagindo com manifestantes bolsonaristas em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, na avenida do CPA, onde ainda são realizados protestos antidemocráticos contra a vitória de Lula (PT). Os dois foram colocados no camburão e permaneceram por quase duas horas com as janelas da viatura fechadas, durante toda abordagem policial.
Segundo relato de Denilson, a prisão ocorreu após os dois gravarem a dificuldade que é pegar ônibus em um ponto de ônibus próximo ao local da manifestação. Ele diz que os manifestantes ocupam toda a área obrigando as pessoas a aguardarem os coletivos no meio da rua.
“Pois os mesmos manifestantes muitas vezes ocupam o ponto nos obrigando a aguarda no meio da rua entre eles. Em um determinado momento, identifiquei dois policiais militares se alimentando junto aos manifestantes em uma tenda da manifestação. Na mesma hora, iniciei uma filmagem para o registro do acontecimento, já que os mesmos estavam fardados no exercício do seu trabalho”, relatou Denilson.
Ainda conforme o petista, alguns manifestantes perceberam que estavam sendo gravados e reagiram com xingamentos e ameaças. “Após isso, os dois policiais vieram nos abordar e questionar a razão das filmagens. Durante abordagem, em nenhum momento desacatamos ou desrespeitamos os mesmos. Fizeram a revista dos meus pertences, onde não encontraram nada irregular. Consultaram os nossos documentos e viram que não constava nada de errado em nosso nome”, emendou Denilson.
Durante a abordagem policial, outros manifestantes reconheceram Denilson. De acordo com ele, os xingamentos foram intensificados, levando à prisão dos dois.
“Começaram a inflamar ainda mais a situação e tencionar os policiais para que fizessem a nossa prisão, mesmo não havendo motivo para a mesma. No final da abordagem, tomaram os nossos celulares e os nossos pertences. Nos obrigando a entrar no camburão sem uma justificativa plausível para tal condução”, destacou Denilson, informando que uma testemunha viu o momento em que um dos policiais puxou o braço de Clarinda.
“Ficamos presos no camburão por quase duas horas com as janelas da viatura fechadas, mesmo já estando na delegacia. Após tudo isso, prestamos os nossos depoimentos e fomos liberados”, finalizou.
As advogadas do Partido dos Trabalhadores, Soraya Bagio e Jenyffer Rodrigues, acompanham o caso.
Fonte: HNT