Ao UOL, Mauro defende protestos de bolsonaristas: “Isso é democracia”

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O governador Mauro Mendes (União Brasil) voltou a defender a expropriação de terras de produtores rurais que promovem o desmate ilegal de terras no Brasil. Mauro Mendes está em Sharm elSheikh, sede da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito.

Ele concedeu uma entrevista ao UOL na tarde desta quinta-feira (17). O governador opina que as leis ambientais brasileiras estão entre as “mais restritivas no mundo”, porém, em sua avaliação, a prática dos crimes não vem diminuindo, e as pessoas continuam desrespeitando a legislação.

Mendes revelou que o Governo de Mato Grosso aplicou “quase R$ 9 bilhões em multas” por danos ambientais sem que as penalidades intimidassem desmatadores ou agressores do meio ambiente. “Há esforços para combater esses crimes, e os resultados não estão sendo bons. Sabe quanto que Mato Grosso investiu para combater esse desmatamento ilegal nos últimos quatro anos? R$ 180 milhões. É muito dinheiro para se combater um crime. O crime não está diminuindo. Significa que os instrumentos que temos hoje, que estão sendo utilizados pelas leis brasileiras, não estão funcionando bem. Nós aplicamos quase R$ 9 bilhões em multa e as pessoas continuam fazendo”, analisou o governador.

Na avaliação de Mendes, “quando a pena é muito dura, as pessoas têm medo e não praticam o crime. Então o desmatamento ilegal precisa ter uma pena muito dura”. Mauro Mendes já havia defendido na última terça-feira (16) o confisco de terras e bens, contra desmatadores, para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que também se encontra na COP27. O governador revelou que países da Europa, como Alemanha e França, já preparam leis para não adquirir produtos do agronegócio brasileiro que sejam frutos do desmatamento (mesmo legal).

MANIFESTAÇÕES

O governador de Mato Grosso voltou a defender as manifestações de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que não aceitam a derrota nas urnas ocorrida no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Para Mendes, os protestos não devem ser combatidos pois são “pacíficos” – apesar de dizer que “não concorda com a pauta”.

“Defender uma ideia, por mais que ela não esteja na lei, é uma ideia. Qualquer lei pode ser mudada. As pessoas podem sim defender as ideias, desde que faça sem ameaçar a vida de ninguém, e sem cercear o direito constitucional de ir e vir. Tem ideias absurdas que as pessoas falam por aí. Eu não concordo com isso, porém, tem gente que concorda. Isso não é um problema para um país que é democrático”, comentou.

Fonte: Folhamax