A ex-doleira Nelma Kodama, que ganhou notoriedade durante a Operação Lava Jato e foi presa em abril deste ano, durante a deflagração da Operação Descobrimento, irá voltar ao Brasil. A informação foi divulgada por sua defesa ao jornal O Globo, nesta quarta-feira (19).
A suspeita namorava o ex-lobista e empresário Rowles Magalhães Pereira da Silva, também preso na mesma ocasião, juntamente com o ex-secretário de Estado de Ciência e Tecnologia (Seciteci), Nilton Borgatto. A Operação Descobrimento foi deflagrada em 19 de abril de 2022 e investigava um esquema de tráfico de drogas internacional entre Brasil e Europa.
O entorpecente entrava no continente europeu por Portugal, através de jatos executivos. As investigações começaram em fevereiro de 2021, quando meia tonelada de cocaína foi apreendida no táxi aéreo de uma empresa portuguesa, no Aeroporto Internacional de Salvador.
Com a apreensão, a polícia conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa, que atuava no Brasil e em Portugal. Segundo a PF, os investigados são fornecedores da cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares, que abriam a aeronave para guardar a droga. Além disso, transportadores dos voos e doleiros eram os responsáveis pela movimentação financeira do grupo criminoso.
Presa em Portugal há seis meses, sob a acusação de atuar no tráfico internacional de drogas, Nelma Kodama deve retornar ao Brasil nesta semana. A doleira decidiu renunciar à continuidade do processo em que ainda tentava impedir sua extradição, autorizada desde junho pelo Tribunal da Relação de Lisboa.
DELAÇÃO
O advogado Santiago Andre Schunck, que faz a defesa da doleira, afirmou que a intenção de Nelma é se apresentar à Justiça brasileira para colaborar com as investigações originadas pela Operação Descobrimento. Ela foi detida em um hotel de luxo na capital portuguesa, três anos depois de ter se livrado da tornozeleira eletrônica que herdou da Lava-Jato.
As declarações de Nelma devem impactar no Estado. Borgato segue preso no Centro de Custódia de Cuiabá e Rowles na Bahia. A avaliação de Schunck é que “ficará mais fácil” comprovar, em território nacional, a inocência da cliente. Ela é acusada de atuar como doleira para o tráfico, a partir de uma apuração que começou na Bahia e, depois, mirou
suspeitos em mais quatro estados.
Fonte: Folhamax